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    76 entidades do movimento negro lançam manifesto contra massacre de negras e negros na Bahia

    “Denunciamos o modus operandi de um projeto de segurança pública que abriu mão de todas as prerrogativas da investigação, da inteligência e outros mecanismos legais, dado que trata a população negra como inimiga e suspeito padrão” - este é um trecho do manifesto das entidades contra as mortes, especialmente de jovens negros.

    (Foto: Reprodução)
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    247 - As princiais entidades do movimento negro no Brasil e outras entidades do movimento popular  lançaram um manifesto denunciando o massacre de negros e negras em todo o Estado, especialmente na capital, em Salvador, e exigindo providências imediatas do governo e do Ministério Público da Bahia: “exigimos que o GAECO, instância do Ministério Público Estadual, cumpra seu papel estabelecido pela Constituição Cidadã e faça o controle externa das atividades policiais na Bahia, pois a situação que temos é vergonhosa, de leniência, de muito silêncio e impunidade. Com a mesma intenção, encaminharemos para às instâncias federais denúncia desta situação e, esgotadas todas as nossas tentativas no País, exigiremos das Cortes Internacionais que olhem para essa realidade devastadora”. 

    A realidade a que o manifesto se refere é a mortandade de jovens negros:”127 jovenshomens-negros assassinados somente no mês de novembro. O dia mais sangrento foi justamente o dia 20, Dia da Consciência Negra, quando 14 pessoas foram assassinadas somente na capital”. Os números do ano são espantosos: “A conta dos números de Salvador de março a novembro de 2020, chegou a 831 vítimas de homicídios, sendo 93% das vítimas jovens negros, quando se somou uma macabra tabela mês a mês. A escalada dos números de genocídio da juventude negra baiana só aumenta ano após ano. Segundo o Atlas da violência, no ano de 2018, 90% das pessoas assassinadas no estado da Bahia eram jovens e negras. Já em 2019, esse número de jovens negros mortos pela polícia baiana saltou para 96,9% segundo relatório produzido pela Rede de Observatórios da Segurança”.

    O manifesto, lançado em 30 de dezembro de 2021 é assinado, entre outras, pelas seguintes entidades: Movimento Negro Unificado,  Agentes Pastorais Negros, Coordenação Nacional de Quilombos, Articulação Nacional de Mulheres Negras, Coletiva MAHIN - Organização de Mulheres Negras e Geledes-Instituto da Mulher Negra.

    No texto, as entidades afirmam: “Denunciamos o modus operandi de um projeto de segurança pública que abriu mão de todas as prerrogativas da investigação, da inteligência e outros mecanismos legais, dado que trata a população negra como inimiga e suspeito padrão. Além disso, mesmo para os segmentos que estão em conflito com a lei, com destaque para todos os abusos do Estado em nome da ‘guerra às drogas’, as execuções demonstram que, na Bahia, em suspenso o devido processo legal e a ampla defesa, pois são os polícias sob os olhos dos seus oficiais e superiores que julgam e sentenciam sem direito a qualquer campo de contraditório”. 

    Leia a seguir a íntegra do manifesto e todas as entidades que o assinam:

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