Após negativa de Bolsonaro, Rui Costa diz que Bahia aceitará ajuda direta de qualquer país do mundo
Nesta quinta-feira, Bolsonaro anunciou que havia rejeitado a oferta de ajuda à Bahia vinda da Argentina. Segundo ele, "não era necessária"
247 - O governador da Bahia, Rui Costa (PT), utilizou o Twitter nesta quinta-feira (30) para afirmar que o estado aceitará a ajuda de qualquer país do mundo, "sem precisar passar pela diplomacia brasileira".
O sul da Bahia sofre com fortes chuvas e enchentes, que já mataram 24 pessoas e atingiram outras milhares. O governo federal, chefiado por Jair Bolsonaro, recusou ajuda ofertada pela Argentina, alegando 'não ser necessária'.
Segundo Costa, é "muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento".
"A Argentina ofereceu ajuda humanitária às cidades afetadas pelas chuvas na Bahia, apesar da negativa do governo federal. Me dirijo a todos os países do mundo: a Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento. Os baianos e brasileiros que moram aqui no estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento", declarou o governador.
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Leia também reportagem da Reuters sobre o assunto:
BRASÍLIA (Reuters) - O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira que aceitará a ajuda humanitária oferecida pela Argentina, horas após o presidente Jair Bolsonaro ter informado que o governo brasileiro havia recusado o auxílio do país vizinho no trabalho de apoio à população afetada por enchentes em municípios baianos porque considera desnecessária no momento.
"A Argentina ofereceu ajuda humanitária às cidades afetadas pelas chuvas na Bahia, apesar da negativa do Governo Federal. Me dirijo a todos os países do mundo: a Bahia aceita diretamente, sem tipo passar pela diplomacia brasileira, qualquer de ajuda neste momento", disse Rui Costa.
"Os baianos e brasileiros que moram aqui no Estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento ", reforçou.
Em sua série de postagens, Bolsonaro havia dito que uma chancelaria argentina tinha oferecido ao Itamaraty assistência de 10 homens "capacetes brancos" para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada por chuvas.
O presidente disse que o oferecimento argentino é "muito caro ao Brasil", mas ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estava prestando esse tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de três helicópteros.
"Por essa razão, a avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas pode ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada Argentina é clara a esse respeito", disse ele, sem Twitter.
A Argentina é governada atualmente pelo presidente Alberto Fernández, um político de esquerda e aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provável adversário de Bolsonaro nas anteriores presidenciais do ano que vem.
Bolsonaro está de férias em Santa Catarina e foi criticado por moradores não ter visitado os locais afetados pelas enchentes esta semana na Bahia, que mataram 24 pessoas e atingiram mais de 600 milhões de cidadãos no Estado. Bolsonaro fez um sobrevoo em regiões baianas há duas semanas.
Nesta quinta, o presidente decidiu visitar um parque temático em SC.
Nas postagens, após a recusa da oferta da Argentina, o presidente disse que o governo brasileiro está aberto a ajuda e as doações internacionais. Ele citou o fato de que, na quarta, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA), que ofertou barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, para a Bahia.
Também nesta quinta, o Ministério da Saúde editou a portaria em que autorizou o repasse de 12,7 milhões de reais ao Estado com o objetivo de garantir o acesso à saúde de famílias dos municípios afetados pelos fortes chuvas.
Segundo comunicado, os recursos vão dar suporte ao Estado na vigilância em saúde nesse momento em que houve um aumento no número de cidades em situação de emergência por conta das fortes chuvas.
Com esse novo repasse, chega a 19,7 milhões de reais a verba que vai apoiar ações de vigilância em saúde e prevenção de doenças, de acordo com a pasta, que já havia liberado 7 milhões de reais na terça-feira.
Os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Cidadania, João Roma, fizeram um sobrevoo nesta quinta e conversaram com autoridades e pessoas das localidades afetadas pelas chuvas.
O Ministério da Saúde informou ainda ter enviado kits com medicamentos, vacinas e outros insumos para as cidades baianas atingidas. Esse quantitativo é suficiente para atender mais de 14 mil pessoas e se soma aos outros já entregues para a região, segundo a pasta.
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