Candidatos acusam prefeito de João Pessoa de aliança com facção criminosa e pedem tropas federais
Polícia Federal investiga o caso e duas operações deflagradas atingiram a filha do prefeito Cícero Lucena e uma vereadora aliada
247 - Os candidatos a prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga (PL) e Ruy Carneiro (Podemos), solicitaram nesta quarta-feira (11) à Justiça Eleitoral o envio de tropas federais para garantir a segurança das eleições municipais, que ocorrerão em outubro. A motivação do pedido é a denúncia de que uma facção criminosa, conhecida como Nova Okaida, estaria atuando em favor da reeleição do atual prefeito, Cícero Lucena (PP), e pedem uma quebra de sigilo das operações da Polícia Federal (PF) sobre o caso.
Na terça-feira (10), a PF deflagrou a Operação Território Livre, que resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão, incluindo na residência da vereadora Raíssa Lacerda (PSB), aliada de Cícero Lucena. A operação visava combater crimes de aliciamento violento de eleitores e a atuação de uma organização criminosa no bairro São José. Durante a ação, foram apreendidos R$ 35 mil em dinheiro vivo e documentos contendo dados pessoais de várias pessoas, além de contracheques de funcionários da prefeitura de João Pessoa.
Este não foi o único episódio envolvendo suspeitas de crimes eleitorais envolvendo o entorno de Cícero Lucena. Em maio, a Polícia Federal já havia realizado a Operação Mandare, que investigava uma suposta troca de apoio em áreas dominadas pela facção Nova Okaida por cargos em órgãos públicos. Um dos alvos dessa investigação foi justamente Janine Lucena, filha do prefeito e secretária executiva de Saúde de João Pessoa.
O candidato a prefeito Luciano Cartaxo, o eleitor pessoense não tem direito de receber um candidato em sua casa, de fazer uma reunião. "A relação de crime organizado e prefeitura é gravíssima, precisamos dar o direito de ir e vir em comunidades populares da cidade", afirmou.
Segundo Marcelo Queiroga, eleitores têm relatado o medo de colocar adesivos dos candidatos nos carros por temerem retaliação. "Estamos vendo surgir um estado de narcocriminosos", afirmou o candidato do PL. Ruy Carneiro relatou que uma menina cadeirante de 9 anos foi impedida de gravar para o guia eleitoral por ordem de um traficante. "Eles disseram que, se fosse para o Ruy, iam tirar a família da casa."
Diante das acusações, Cícero Lucena negou qualquer envolvimento com as irregularidades e afirmou que confia na Justiça Eleitoral para avaliar a necessidade do envio de tropas federais. "Mais uma vez, nossos adversários tentam manchar minha imagem e, pior, a imagem da nossa cidade. João Pessoa é uma terra de gente de bem, onde todas as eleições sempre foram tranquilas. Lamento profundamente que, em vez de debater propostas, nossos adversários se unam para um festival de preconceito, mentiras e ataques às instituições", declarou o prefeito.
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