De réu a vítima: ex-repórter da Record Bahia, acusado de aplicar 'golpe do Pix', processa a emissora

247 - O jornalista Marcelo Castro, ex-Record e atualmente na TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, entrou com um processo contra a emissora de Edir Macedo, alegando perseguição e uso indevido de sua imagem. O repórter, que trabalhava no programa policial Balanço Geral, é acusado de ter utilizado a estrutura da Record para desviar doações feitas por Pix destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade, exibidas durante o programa.

De acordo com reportagem do F5 da Folha, a ação corre no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Marcelo Castro solicita que a Record remova links de reportagens exibidas no Domingo Espetacular e no Jornal da Record, que relatam o caso, e pede uma indenização de R$ 56 mil por danos morais. Ele afirma que a emissora tem conduzido uma campanha difamatória contra ele, atingindo sua reputação nacionalmente.

A defesa do jornalista reafirmou sua inocência, ressaltando que acredita "na mais lídima justiça do estado da Bahia". Apesar disso, Marcelo Castro se tornou réu após a Justiça baiana acatar denúncia do Ministério Público, que o acusa de formação de organização criminosa e apropriação indevida. A decisão incluiu o bloqueio de bens para recuperar os valores supostamente desviados.

O esquema teria sido descoberto em março de 2023, após o jogador Anderson Talisca, atualmente no Al-Nassr, fazer uma doação de R$ 70 mil para o tratamento de um menino com câncer. Durante o processo, foi identificado que o número do Pix fornecido não correspondia ao da família da criança, o que levou a emissora a iniciar uma investigação interna e a notificar a polícia. Marcelo e o então produtor do programa, Jamerson Oliveira, foram demitidos após a revelação do esquema, que teria desviado mais de R$ 410 mil de um total de R$ 540 mil arrecadados.