Deputado pede dinheiro para obras em que é acusado de receber propina
O deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB) é acusado de receber R$ 1,2 milhão em propina provenientes do superfaturamento da obra da construção da adutora Capivara
247 - O deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB) vem pedindo publicamente que o governo Jair Bolsonaro (PL) libere dinheiro para um trecho de uma obra em que o parlamentar foi acusado de receber R$ 1,2 milhão em propina. O parlamentar foi alvo da operação Pés de Barro, em dezembro de 2019. Segundo a Folha de S.Paulo, a Polícia Federal, com base nos relatos do empresário George Barbosa Ramalho, da Coenco Construções e que se tornou delator, filmou as entregas de propina provenientes do superfaturamento da obra da construção da adutora Capivara.
De acordo com a PF, conversas gravadas pelo delator apontavam para o interesse de Santiago e do prefeito de Uiraúna, João Bosco, em futuros aditivos ao contrato de R$ 24 milhões de onde saiu o R$ 1,2 milhão em propina que o parlamentar é acusado de receber.
O deputado postou na terça-feira (26) um vídeo no Instagram ao lado de outros políticos e do secretário Nacional de Segurança Hídrica, Sergio Luiz Soares de Souza Costa, pedindo dinheiro para a empreitada. "Nós que conhecemos a região, sabemos da importância da adutora Capivara, ela é essencial para atender 14 municípios do Vale do Rio do Peixe. Eu tenho certeza que o dr. Sergio, representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, irá fazer de tudo para solucionar esse problema que tem dificultado a vida da população", disse o parlamentar no vídeo.
A postagem foi feita um dia antes de o Conselho de Ética da Câmara instaurar processo de cassação contra o deputado, mais de dois anos após o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenar seu afastamento por suspeita de desvios de verba de uma obra que serve para diminuir os efeitos da seca no interior da Paraíba.
A adutora Capivara ligaria as cidades São João do Rio do Peixe e Uiraúna. É parte de um sistema hídrico para atacar os problemas com a seca enfrentados pelos municípios da região do Vale do Rio do Peixe, no interior da Paraíba.
A Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado por corrupção e organização criminosa em 21 de dezembro de 2019, dois dias após ser alvo da operação Pés de Barro e ter sido afastado do cargo por ordem do então ministro Celso de Mello.
Após ser afastado, em fevereiro de 2020, a Câmara se reuniu para decidir se mantinha a decisão do STF. Apenas 170 deputados votaram a favor da decisão da Corte. Eram necessários ao menos 257. Foram 233 contrários, 7 abstenções e 102 ausências.
Na época, o discurso dos parlamentares foi o de que o caso seria tratado pela instância adequada, o Conselho de Ética da Câmara, o que não aconteceu. A cassação é vista como inviável em ano eleitoral.
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