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    Em Fortaleza, Luizianne destaca Lula e Capitão Wagner esconde Bolsonaro

    Enquanto o atual presidente é rejeitado pela maioria dos fortalezenses, Lula é o político que mais transfere votos, segundo Datafolha

    (Foto: Ricardo Stuckert)

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    Rede Brasil Atual - No quadro das eleições em Fortaleza, a candidata do PT, Luizianne Lins, vem ampliando a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua campanha à prefeitura. Por outro lado, Capitão Wagner (PROS), que lidera as últimas pesquisas, tenta esconder suas relações com o presidente Jair Bolsonaro.

    Segundo a professora de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Monalisa Torres, isso se dá porque Lula tem o maior potencial para transferir votos no estado.

    “A última pesquisa Datafolha demonstrou que Lula tem o maior potencial de transferências de votos no Ceará, 33% das pessoas afirmam que votaram com certeza em alguém indicado por ele”, destacou a professora, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (26). Ela destacou, inclusive, que Luizianne esteve em São Paulo, no último final de semana, para gravar propagandas ao lado do ex-presidente.

    Por outro lado, o atual presidente Jair Bolsonaro é rejeitado pela maioria dos cearenses, e também pelos fortalezenses, em especial. Na capital, Bolsonaro tem apenas 26% de “ótimo/bom”, segundo a mesma pesquisa. Outros 47% o avaliam como ruim ou péssimo e 25% enxergam como regular.

    Negando evidências

    Monalisa, que também é pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta uma “tentativa muito clara” por parte de Wagner para esconder Bolsonaro. Ele foi o principal cabo eleitoral no estado nas eleições de 2018, mas, agora, em vez de citá-lo explicitamente, se limita a falar em “relações institucionais com o governo federal”. Contudo, Bolsonaro tem manifestado seu apoio a ele em transmissões pela internet.

    A especialista também cita que o candidato, além de esconder Bolsonaro, tem tentado apagar a sua participação como uma das lideranças em meio ao motim realizado no início do ano. Ela cita que o Capitão Wagner foi alçado à cena política cearense quando liderou os levantes policiais, em 2012, contra o então governador Cid Gomes (PDT).

    Mas, dessa vez, a repercussão das ações dos policiais foi mais negativa. Inclusive o próprio ex-governador foi baleado na sua cidade Natal, em Sobral, quando enfrentava policiais amotinados.

    “Diferentemente de 2012, dessa vez foi muito desgastante para as lideranças que participaram, porque foi muito mais violento. Os índices de mortes por causas violentas aumentaram durante esse período. A população não apoiou dessa vez, como em 2012. Então ele tenta se desvincular desse evento, desse momento de crise na segurança pública no início do ano.”

    Ciro

    Apesar de ter sido o mais votado em Fortaleza no primeiro turno das últimas eleições presidenciais, Monalisa destaca que o ex-governador Ciro Gomes, atualmente, é mais rejeitado do que apoiado pelos eleitores da capital. Com isso, Sarto Nogueira (PDT) tenta disputar com Luizianne o apoio do governador Camilo Santana. Em outubro, pesquisa Ibope apontou que 56% dos entrevistados avaliavam como ótima ou boa a gestão do atual governador.

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