Ícone do forró, Flávio José tem show reduzido por conta de Gusttavo Lima; prefeito bolsonarista é cobrado

João Antônio, em especial para o Brasil 247 - Um fato lamentável aconteceu na última sexta-feira (3) no São João de Campina Grande, na Paraíba, considerado por muitos como um dos mais portentosos do Brasil.

Um vídeo do cantor Flávio José, ícone do forró nordestino, viralizou nas redes sociais. Em pleno show, o músico comunicou ao público que teve a sua participação reduzida no "maior São João do Mundo".

Visivelmente decepcionado, o intérprete de músicas tradicionais do forró pé-de-serra nordestino desabafou: "um prazer enorme estar aqui participando dos 40 anos do maior São João do Mundo. Eu me sinto na obrigação de dizer a vocês, que ao chegar aqui, me disseram que eu só poderia cantar por uma hora e dez minutos. Se vocês ficarem sem ouvir alguma música do repertório, a culpa não é minha. Eu não tenho nenhum outro show para sair daqui correndo e fazer. Não foi uma ideia minha. Infelizmente, são essas coisas que os artistas da música nordestina sofrem”.

O que chamou a atenção foi o motivo. A organização do evento resolveu de última hora estender o show do cantor bolsonarista Gusttavo Lima, constragendo o artista paraibano que tem uma trajetória de décadas fazendo sucesso com músicas que foram regravadas por dezenas de outros cantores, a exemplo de "Caboclo Sonhador", "Tareco e Mariola" e "Caia Por Cima de Mim".

Além do desabafo, Flávio José criticou os organizadores: "vamos dar sentido a essa festa, porque parece que nem é festa de São João".

PREFEITO BOLSONARISTA - Vale ressaltar que o São João de Campina Grande é de responsabilidade da prefeitura, que tem como gestor Bruno Cunha Lima (PSD), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, segundo a imprensa do estado da Paraíba, Bruno chegou a criticar o presidente nacional de seu partido, Gilberto Kassab, por conta do diálogo que foi aberto na pré-campanha com Luiz Inácio Lula da Silva. "O presidente Kassab é tido como interlocutor e isso impõe a ele obrigações de diálogos. Eu sou totalmente contrário a um movimento de aproximação com o PT, com o ex-presidente Lula e aquela turma. Já manifestei isso publicamente", disse á época.

Sobre Bolsonaro, Cunha Lima comentou: "naturalmente voto em Bolsonaro. Pela minha formação, minha linha política, pela dicotomia e principalmente se houver essa polarização. Não concordo com a volta do PT".