Novo terminal no Maranhão carrega 1º navio com soja
O primeiro navio do novo terminal de grãos Tegram, em São Luís, vai atracar no dia 10 de março para carregar 66 mil toneladas de soja para a China, marcando o início das operações de mais um importante ponto de escoamento da safra brasileira; estimativa do consórcio que opera o Tegram é que o terminal consiga exportar cerca de 2 milhões de toneladas de soja e milho ainda em 2015; primeira fase do complexo deverá operar com capacidade total, de 5 milhões de toneladas anuais, dentro de dois ou três anos
SÃO PAULO (Reuters) - O primeiro navio do novo terminal de grãos Tegram, em São Luís, no Maranhão, vai atracar no dia 10 de março para carregar 66 mil toneladas de soja para a China, marcando o início das operações de mais um importante ponto de escoamento da safra brasileira.
O navio Scythia Graeca, contratado pela norte-americana CHS, já está fundeado desde o final de fevereiro nas proximidades do porto, segundo dados de rastreamento marítimo da Thomson Reuters e de agências marítimas.
A previsão de atracação, o volume de soja e o destino constam nas programações das agências Cargonave e Williams publicadas nesta terça-feira.
"Em geral, o carregamento de um navio assim não passa de três dias. Mas este pode demorar mais devido ao terminal estar em fase de testes", disse à Reuters o encarregado de operações da Cargonave em São Luís, Valdo Ribeiro.
A Williams prevê a saída do navio em 13 de março.
A CHS tem 25 por cento de participação em um dos quatro grandes armazéns que formam o terminal. Os outros 75 por cento são da NovaAgri.
O segundo armazém é da Glencore e os outros dois são da CGG Trading e do Consórcio Crescimento, uma joint venture entre Amaggi e Louis Dreyfus [AKIRAU.UL].
A estimativa do consórcio que opera o Tegram é que o terminal consiga exportar cerca de 2 milhões de toneladas de soja e milho ainda em 2015. A primeira fase do complexo deverá operar com capacidade total, de 5 milhões de toneladas anuais, dentro de dois ou três anos.
O Tegram é uma das grandes apostas do agronegócio brasileiro para conseguir desafogar o defasado sistema logístico do país, ainda muito concentrado no transporte de grãos por caminhões até os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS).
O terminal no complexo conhecido como Ponta da Madeira, em São Luís, passará a operar ao lado de um terminal da grãos da mineradora Vale e deverá receber boa parte de suas cargas por meio da ferrovia Norte-Sul.
Os grãos para abastecer o novo terminal deverão ser originados em novas fronteiras agrícolas como o Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins) e o nordeste de Mato Grosso.
Num primeiro momento, devido a problemas em um ramal ferroviário, as cargas estão chegando de caminhão. A primeira foi descarregada no início de fevereiro.
A reportagem da Reuters verificou na região nordeste de Mato Grosso que a demanda por frete rodoviário na região está bastante aquecida para a rota até São Luís.
Atualmente há 30 a 40 caminhões carregando soja diariamente em armazéns da Louis Dreyfus e da CHS, disse Leandro Miranda Gomes, gerente da filial de uma transportadora em Querência.
"No auge da safra serão 150 a 200 caminhões diariamente", projetou ele.
A safra brasileira de soja 2014/15, que deverá atingir um recorde superior a 90 milhões de toneladas, está começando a ser colhida e aos poucos chega aos portos brasileiros, apesar de problemas recentes causados por bloqueios de caminhoneiros em diversas estradas do país.
(Por Gustavo Bonato)
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