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    Outra mulher esfaqueada por ex-marido no Natal: Jenilde Pinheiro, trabalhadora doméstica, na Bahia

    No sexto feminicídio na semana de Natal no Brasil, a doméstica Jenilde de Jesus Pinheiro, 24 anos, foi agredida com um murro no olho e recebeu cinco golpes de faca do ex-marido, que invadiu a casa onde ela morava com as filhas de 5 e 6 anos. O crime, na noite de Natal, aconteceu em Mundo Novo, na região da Chapada Diamantina (BA)

    Jenilde de Jesus Pinheiro (Foto: Jenilde de Jesus Pinheiro)

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    247 - Numa escalada na semana de Natal, a doméstica Jenilde de Jesus Pinheiro, 24 anos, foi a sexta vítima de feminicídio no país. Ela foi agredida com um murro no olho e recebeu cinco golpes de faca do ex-marido, que invadiu a casa onde ela morava com as filhas de 5 e 6 anos, em  Mundo Novo, na região da Chapada Diamantina (BA). O crime foi cometido por Anselmo dos Santos Reis, que fugiu.
    Segundo informações da 98ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), por volta das 20h30, policiais militares foram acionados para atender a uma ocorrência de tentativa de feminicídio na Rua do Hospital. Ao chegar ao local, a guarnição foi informada que Jenilde havia sido esfaqueada e que populares já haviam socorrido a vítima para o hospital municipal, segundo a jornalista Priscila Natividade, do Correio da Bahia.

    De acordo com o irmão da vítima, Jenilson de Jesus Pinheiro, 29, Jenilde estava em casa com as filhas de 5 e 6 anos, que presenciaram o crime. Ela chegou a ser transferida para o Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, mas não resistiu aos ferimentos.Jenilde foi sepultada neste domingo (27), no cemitério municipal de Mundo Novo.

    Outros casos

    A morte de Jenilce se soma a outros três casos de feminicídio registrados desde o início do mês de dezembro. No último dia 10, João Miguel Pereira Martins, o DJ Frajola, foi encontrado morto dentro de um apartamento no bairro do Caminho das Árvores depois de assassinar a sua ex-namorada, a estilista Tatiana Fonseca, que foi surpreendida quando estava saindo do apartamento onde morava, na Pituba.

    No dia seguinte, 11 de dezembro, o prefeito do município de Conceição de Feira, Raimundo da Cruz Bastos, o Pompílio, foi encontrado morto ao lado da esposa, Elba Rejane Silva. A Polícia Civil está investigando o crime e a suspeita é de que ele tenha tirado a própria vida após assassinar a mulher.

    O terceiro caso foi registrado no dia 20, quando a jovem Karoline Almeida de Oliveira, 23 anos, foi morta, na rua Irênio Souza, bairro de Sussuarana Velha. O suspeito é o marido de Karoline, Gideon Campos de Oliveira. Ele teria matado a esposa com tiros antes de cometer suicídio com a mesma arma.

    Com base em um levantamento nacional feito pelo Instituto AzMina, nos primeiros seis meses de pandemia, 49 mulheres foram vítimas de feminicídio na Bahia, colocando o estado na terceira posição do ranking com maior número de mortes atrás somente dos estados de São Paulo, com 79 óbitos, e Minas Gerais, com 64, respectivamente. Neste período do monitoramento feito em 19 estados, 497 mulheres foram assassinadas no país, o equivalente a uma morte a cada nove horas.

    Há três dias, a juíza carioca Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, foi morta pelo ex-marido Paulo José Arronenzi, 52 anos, na véspera de Natal. Viviane e Paulo com ficaram casados por 11 anos. Paulo José foi deixar as três filhas com Viviane, uma menina de 9 anos e gêmeas de 7, no condomínio em que a juíza morava, na Barra da Tijuca. Quando ela foi pegar as garotas, ele a esfaqueou.

    O monitoramento feito pelo AzMina integra a série “Um vírus e duas guerras”, que vai levantar os casos de feminicídios e de violência doméstica até o final deste ano. De acordo com o instituto, o objetivo é “dar visibilidade a esse fenômeno silencioso, fortalecer a rede de apoio e fomentar o debate sobre a criação ou manutenção de políticas públicas de prevenção à violência de gênero no Brasil”.

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