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    TCE-PE aponta superfaturamento de R$ 7 milhões em obra de João Campos no Recife

    Relatório técnico cita sobrepreço em equipamentos e serviços; órgão pede bloqueio de R$ 7,8 milhões para evitar prejuízo na obra financiada pelo Novo PAC

    Prefeito do Recife, João Campos (Foto: Marcos Pastich/PCR | Divulgação )

    247 - Um relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) identificou superfaturamento de R$ 7 milhões na construção do Hospital da Criança do Recife, uma das principais promessas do prefeito João Campos (PSB), informa reportagem do jornalista Tácio Lorran, do Metrópoles. O documento resultou em um pedido de medida cautelar, apresentado na sexta-feira (13/12), para bloquear R$ 7,8 milhões da Prefeitura de Recife. O valor representa 6% do contrato total, avaliado em R$ 116 milhões.

    O caso será relatado pelo conselheiro Marcos Loreto, indicado ao TCE pelo ex-governador Eduardo Campos, pai de João Campos. Loreto é primo de Renata Campos, mãe do prefeito e viúva de Eduardo. Segundo o departamento técnico do tribunal, o bloqueio é necessário para evitar "prejuízos ao erário" e garantir correções imediatas nos pagamentos.

    O relatório destaca quatro irregularidades principais, como pagamento de transporte de resíduos com distâncias maiores do que as realizadas e valores excessivos em serviços de demolição. Além disso, há indícios de sobrepreço em estacas de fundação e superdimensionamento no sistema gerador de emergência. Do total citado pelo TCE-PE, R$ 3,9 milhões são referentes à subestação de energia, enquanto R$ 3,1 milhões correspondem às estacas de fundação.

    O empreendimento faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), lançado pelo governo Lula (PT) em 2023, e já recebeu visitas dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Mais da metade dos recursos destinados à obra vem do Ministério da Saúde.

    Antes do relatório atual, um parecer preliminar do TCE-PE, divulgado em julho, já indicava um possível prejuízo de R$ 5,8 milhões. Na ocasião, o tribunal apontou problemas semelhantes, como superdimensionamento dos transformadores e inconsistências no orçamento das estacas de fundação.

    Além das irregularidades financeiras, a fiscalização também constatou atrasos na execução dos serviços, que não estão sendo realizados conforme o cronograma firmado. O andamento da obra está aquém do planejado, segundo avaliação do TCE-PE.

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