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    Violência armada em residências na Grande Salvador atinge 100 vítimas em 2024

    Dados do Instituto Fogo Cruzado revelam mortes e feridos em um cenário de impacto devastador para crianças, idosos e adultos

    Silhueta de corpos marcada no chão (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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    247 - A Grande Salvador alcançou uma marca alarmante em 2024: 100 pessoas atingidas pela violência armada dentro de suas próprias casas. O levantamento foi realizado pelo Instituto Fogo Cruzado e destaca que o impacto não escolhe idade, gênero ou classe social. A centésima vítima foi Valdomiro Soares Cerqueira Júnior, de 37 anos, assassinado na frente de sua filha, no bairro de Mussurunga, em Salvador. Ele foi atingido por dez disparos, em mais um episódio que escancara a gravidade da insegurança nas residências da região.

    Os dados do Fogo Cruzado revelam que, entre as vítimas, estão um número expressivo de crianças, adolescentes e idosos. Ao longo do ano, quatro adolescentes foram mortos e dois idosos perderam a vida, além de uma criança ferida. Entre os adultos, 83 foram assassinados e nove ficaram feridos, totalizando 92 vítimas diretas.

    Outros casos chamam atenção pelo contexto brutal: cinco pessoas foram atingidas por balas perdidas, incluindo uma que morreu. Entre as mulheres, três foram vítimas de tentativas de feminicídio, das quais duas não resistiram. Uma gestante ficou ferida durante um ataque. O relatório também aponta que três pessoas foram mortas em chacinas e que 18 vítimas foram atingidas durante ações ou operações policiais — dessas, 16 perderam a vida.

    Distribuição geográfica e perfil racial das vítimas

    O estudo abrange os 13 municípios da Região Metropolitana de Salvador, com nove deles registrando casos de violência armada em residências. Salvador lidera o ranking, com 52 mortes e oito feridos, seguida por Camaçari (22 mortes e três feridos) e Mata de São João, Lauro de Freitas e Dias D’Ávila, cada uma com três mortes.

    Entre as vítimas identificadas racialmente, a disparidade racial é evidente: 44 eram negras (43 mortas e uma ferida), enquanto apenas três eram brancas (duas mortas e uma ferida). Esses números reforçam a desigualdade no impacto da violência armada em Salvador e região.

    O impacto social e os números alarmantes

    A violência em residências não apenas expõe as vítimas à insegurança extrema, mas também demonstra como o ambiente doméstico deixou de ser um refúgio seguro. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, além das vítimas mortas ou feridas, a violência armada afeta diretamente o bem-estar psicológico das famílias e a estabilidade das comunidades.

    O Instituto utiliza tecnologia de ponta e dados abertos para mapear e divulgar informações sobre tiroteios em tempo real. O objetivo é fortalecer a democracia e a preservação da vida, oferecendo mais de 50 indicadores inéditos sobre violência nas principais regiões metropolitanas do Brasil.

    Os números apresentados pelo Fogo Cruzado são um alerta urgente para a sociedade e para os gestores públicos, evidenciando a necessidade de ações concretas para reduzir a violência e proteger as populações mais vulneráveis.

    Saiba mais sobre o Fogo Cruzado:

    O Instituto disponibiliza seu banco de dados abertos gratuitamente via aplicativo e API, sendo uma ferramenta essencial para o monitoramento da violência armada na América Latina. Acompanhe o trabalho em suas redes sociais ou pelo site oficial: www.fogocruzado.org.br.

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