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    Além de defender chacinas, Tarcísio decide tirar livros das escolas de São Paulo

    Governador implanta era de violência e de obscurantismo no estado mais rico do Brasil e causa indignação generalizada

    Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)

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    247 - O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que nos últimos dias tem se notabilizado por defender a chacina promovida pela Polícia Militar em uma comunidade no Guarujá - episódio que matou 12 pessoas -, tomou a decisão de não participar do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que possibilita a aquisição de livros didáticos com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação. Portanto, a partir de 2024, a rede pública de ensino do estado de São Paulo passará a adotar somente conteúdo didático digital, excluindo o uso dos livros impressos a partir do 6º ano do ensino fundamental. A decisão já foi confirmada pela Secretaria de Educação do Estado, sob o comando de Renato Feder, na tarde desta segunda-feira (31), informa a Folha de S. Paulo. >>> "Não param de chegar novas denúncias", diz ouvidor das Polícias de São Paulo sobre chacina durante operação no Guarujá

    Ao optar por não participar do PNLD 2024, que fornecerá livros para o ensino fundamental 2 (do 6º ao 9º ano) ainda neste semestre, para serem distribuídos no próximo ano, o governo paulista abriu mão de uma soma aproximada de R$ 120 milhões. Essa cifra refere-se apenas ao material do fundamental 2, de acordo com informações da Abrelivros (Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais). Mais de 1,4 milhão de estudantes não receberão os tradicionais livros didáticos impressos no próximo ano, e somando todas as disciplinas, mais de 10 milhões de livros deixarão de ser distribuídos.

    Ângelo Xavier, presidente da associação, expressou preocupação e questionou a decisão junto à Secretaria de Educação. Ele apontou que, em 80 anos do programa nacional de livros, esta é a primeira vez que São Paulo fica de fora. "Essa é uma decisão muito grave e de gabinete, sem consulta às escolas", afirmou Xavier. "Não entendemos por que abrir mão do PNLD. Além disso, adotar apenas material didático digital vai na contramão do mundo e de vários estudos, que apontam a menor retenção de aprendizado. Isso também amplia o uso de tela na infância e na adolescência, em um momento em que vemos os prejuízos do uso excessivo de tecnologia". >>> Bolsonaro pede que Tarcísio empregue mãe de sua neta em cargo nos Estados Unidos

    A Secretaria de Educação foi consultada e respondeu com uma nota: "a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que continua ativa no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para a distribuição de livros literários. A Educação de SP possui material didático próprio, alinhado ao currículo do Estado, que é utilizado em suas 5.300 escolas, garantindo a coerência pedagógica. Para os anos iniciais, será adotado o material digital com suporte físico, enquanto para os anos finais e ensino médio, o material será 100% digital. Todas as iniciativas pedagógicas lançadas pela Secretaria têm como base o material próprio, como é o caso do Provão Paulista, que será utilizado como forma de ingresso em 2024 nas universidades públicas do Estado, como a USP e a Unicamp".

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