Bolsonarismo rompe com Zema e aposta em nomes próprios para o governo de Minas
Deputados Nikolas Ferreira e Cleitinho Azevedo despontam como candidatos em possível confronto com Mateus Simões em 2026
247 - O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), já definiu seu sucessor preferido para o Palácio Tiradentes: o vice-governador Mateus Simões (Novo). Entretanto, sua candidatura deve enfrentar forte concorrência do bolsonarismo, que ensaia lançar nomes como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), marcando um afastamento inédito na aliança formada nas últimas eleições, destaca o Estadão.
Desde sua ascensão ao poder em 2018, Zema sempre contou com o apoio informal de Jair Bolsonaro e seus aliados. Em 2022, embora o PL tenha lançado Carlos Viana ao governo de Minas, Bolsonaro e seus apoiadores acabaram por reforçar, nos bastidores, a reeleição de Zema. No entanto, sinais de ruptura começaram a se intensificar nos últimos meses.
A reportagem destaca a ausência de Zema em eventos eleitorais ao lado de Bolsonaro e seu silêncio diante do indiciamento do ex-presidente por tentativa de golpe contribuíram para o distanciamento. Além disso, Zema evitou apoiar o candidato bolsonarista Bruno Engler (PL) no primeiro turno, preferindo o Republicanos. O apoio a Engler só veio no segundo turno, após pressões políticas.
Mateus Simões tenta minimizar os atritos e destaca que a direita precisa permanecer unida para evitar a ascensão da esquerda no estado. “Eles [Nikolas e Cleitinho] têm legitimidade para disputar. Nunca disseram que queriam o governo, mas há declarações recentes que sugerem essa possibilidade”, pondera Simões.
Cleitinho, por sua vez, não esconde suas intenções: “Se o Nikolas quiser ser candidato a governador, eu o apoio. Se ele não quiser, estou à disposição de Minas Gerais. O que não vamos permitir é que o passado volte a governar”, afirmou o senador em discurso no Senado.
Nos bastidores, o PL mineiro avalia que Nikolas deve tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados, ajudando a fortalecer a bancada e garantir maior fatia dos fundos eleitoral e partidário. Cleitinho, com mandato no Senado até 2030, não correria riscos ao tentar o governo.
A situação se complica diante de rumores sobre uma possível migração de Mateus Simões para o PSD de Gilberto Kassab, aliado do governo Lula. Embora ambos neguem conversas, essa movimentação poderia redesenhar completamente o cenário eleitoral em Minas Gerais, acirrando ainda mais a disputa entre a ala bolsonarista e os apoiadores de Zema.
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