Boulos critica ação da PM em Paraisópolis: "quem deveria proteger leva o terror"
Líder do MTST, Guilherme Boulos criticou a ação da PM no baile funk em Paraisópolis que resultou em nove mortes. "Os relatos e vídeos são estarrecedores. Ainda há imagens de um espancamento covarde após a ação. Quando quem deveria proteger leva o terror há algo muito errado. Solidariedade às vítimas e familiares", disse Boulos pelo Twitter
247 - O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), criticou a atuação da Polícia Militar contra frequentadores de um baile funk em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, na madrugada deste domingo, 1, que resultou na morte de nove pessoas.
"A ação da PM para 'dispersar' um baile funk em Paraisópolis deixou 9 mortos. Os relatos e vídeos são estarrecedores. Ainda há imagens de um espancamento covarde após a ação. Quando quem deveria proteger leva o terror há algo muito errado. Solidariedade às vítimas e familiares", disse Boulos pelo Twitter.
Leia também reportagem da Rede Brasil Atual sobre o assunto:
Ao menos nove pessoas morreram pisoteadas na madrugada de sábado para domingo (1º) após ação policial em um baile funk em Paraisópolis, zona sul de São Paulo.
De acordo com o portal Uol, a informação sobre as mortes foi dada no início da tarde pelo delegado Emiliano da Silva Chaves Neto, do 89º DP. As identidades das vítimas não foram divulgadas e outras sete pessoas foram feridas. As mortes ocorreram após uma “ação de controle de distúrbios civis” feita pela Polícia Militar utilizando “munições químicas”, de acordo com o delegado.
A polícia alega que dois homens viajando em uma motocicleta teriam atirado contra policiais do 16º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) que realizavam uma operação na região. Os agentes teriam perseguido os dois até o baile , causando tumulto generalizado entre as mais de 5 mil pessoas presentes.
Em entrevista ao portal G1, a mãe de uma adolescente de 17 anos que foi ferida na ação policial disse que a menina levou uma garrafada na cabeça e um golpe de cassetete em suas costas, dados por um policial.
De acordo com a mãe da vítima, a polícia teria preparado uma emboscada contra os adolescentes que estavam no baile. De acordo com o delegado, “aparentemente” não houve “nenhum excesso” por parte da corporação.
Também ao G1, um jovem de 18 anos afirmou ter visto que viu muitos adolescentes passando mal por causa das bombas de gás atiradas pela polícia. “Chegaram atirando em todo mundo. A gente estava no baile e primeiro veio a bomba. Começaram a cair as pessoas, passando mal, e a desmaiar, sendo pisoteadas. Ficamos encurralados. Não tinha para aonde correr, para aonde ir. Muita gente caindo já morta, a polícia atirou. Muitas pessoas tentavam salvar a própria vida. Vi muito sangue e escutei bastante barulho de tiro”, descreveu.
O caso teve repercussão nas redes sociais. “Mais uma tragédia social. Ou o Brasil muda de rota e assuma políticas de proteção social ou assistiremos ao avanço da barbárie”, disse por meio de seu perfil no Twitter, o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP). “Essa é a política de segurança dos tucanos? Orientei nossa bancada do PT na Assembleia Legislativa que acompanhe a investigação muito de perto”, afirmou o ex-ministro Luiz Marinho.
“Lamento profundamente as mortes ocorridas no baile funk em Paraisópolis nesta noite. Determinei ao Secretário de Segurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio”, disse o governador João Doria (PSDB).
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