Bretas atuou para impedir vitória de Paes em 2018 e favorecer Witzel, seu amigo
Em delação premiada, o advogado Nythalmar Ferreira acusa o juiz da Lava Jato no Rio de ter atuado deliberadamente para influenciar o resultado das eleições que alçaram Witzel ao Palácio Guanabara
Agenda do Poder - Sob o título de “interferências nas eleições de 2018”, o terceiro capítulo da colaboração premiada do advogado Nythalmar Ferreira acusa Bretas de ter atuado deliberadamente para influenciar o resultado das eleições que alçaram Witzel ao Palácio Guanabara. Às vésperas do primeiro turno da disputa de 2018, o juiz teria vazado o depoimento de um ex-assessor de Paes, acusando o candidato de envolvimento em fraude de licitações e recebimento de propina. O delator informou ter ouvido do próprio Bretas a revelação de que ele nutria antipatia pelo ex-prefeito e que “foi importante que a população fluminense soubesse quem era Eduardo Paes antes da eleição”.
Ainda de acordo com o delator, em busca de um armistício, já no segundo turno, o candidato Paes teria se comprometido, caso eleito, a nomear uma irmã de Bretas para uma secretaria no futuro governo. Nesse mesmo período, Nythalmar afirma ter havido outra negociação incomum envolvendo o juiz, Eduardo Paes e Wilson Witzel. Segundo ele, após ser derrotado por Witzel, Paes fez um acordo informal com o magistrado pelo qual abandonaria a política “em troca de não ser perseguido”. Witzel, por outro lado, nomeou Marcilene Cristina Bretas, a irmã do juiz, para um cargo na Controladoria-Geral do Estado.
Na delação, o advogado revela que Marcela Bretas nutria antipatia pelo atual prefeito Eduardo Paes e que, por isto, passou a atuar para derrota-lo nas eleições de 2018, quando disputou o governo do estado. Naquele pleito, Bretas deliberadamente usou a 7ª Vara da Justiça Federal para ajudar o adversário de Paes, o ex-juiz Wilson Witzel, seu amigo, hoje afastado definitivamente do cargo de governador por corrupção.
Absolutamente parcial e imbuído do interesse espúrio de interferir nas eleições, subvertendo a ética a que deveria se pautar como magistrado, Bretas produziu o depoimento contra Paes para tentar alterar o resultado da eleição. Tudo foi calculado, medido e implementado para distorcer a livre e democrática manifestação dos eleitores nas urnas.
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