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    Camila Lisboa rebate tentativas de criminalizar greve dos metroviários: "a ditadura já terminou"

    Presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo expôs as motivações para a paralisação, que tem amparo na Constituição

    Camila Lisboa (Foto: Divulgação)

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    247 - Em meio à greve dos metroviários que paralisou parcialmente o sistema de transporte público da cidade de São Paulo, a presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, escreveu uma sequência de mensagens para esclarecer as motivações por trás das mobilizações da categoria. A sindicalista, primeira mulher a presidir a categoria dos metroviários, que foi acusada de atuação político-partidária na greve, fez questão de ressaltar que suas ações têm raízes em questões humanas, econômicas e na defesa dos direitos da categoria que representa.

    As críticas e acusações de motivações político-partidárias surgiram de autoridades públicas, incluindo o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes. Em resposta, Camila Lisboa afirmou: "A primeira motivação é humana: não creio ser necessário ter filiação partidária para ter empatia com pessoas como a Dona Fátima, que ao ser entrevistada ontem, foi porta-voz do sofrimento dos trabalhadores que precisam utilizar os trens das linhas privatizadas. Qualquer ser humano deveria se indignar com essa situação." >>> "Paramos SP para que SP não seja parada pela privatização", diz Camila Lisboa, líder dos metroviários, à TV 247

    Ela continuou destacando a situação precária enfrentada pelos passageiros das linhas privatizadas, como mães com crianças de colo tendo que andar na brita quando o trem para no meio da via e senhoras já de idade tendo que descer do trem quebrado na altura de mais de um metro do chão sem plataforma. "Não acho que esse sentimento seja exclusividade de pessoas filiadas ao PSOL. Me assusta que pessoas que têm cargos políticos de tamanha relevância não se indignem com as cenas que assistimos todos os dias nas linhas privatizadas. Lamento que na cabeça deles só existam interesses espúrios", ressaltou Camila.

    A segunda motivação apresentada pela presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo é a defesa de seu ganha-pão. Camila Lisboa é Agente de Estação do Metrô e afirmou que seu salário é vital para sua subsistência. Ela descreveu suas responsabilidades, que incluem a organização do fluxo de pessoas nas estações, o auxílio a pessoas com deficiência, o atendimento em situações de mal súbito ou acidentes, e a garantia do direito à gratuidade dos idosos. >>> Camila Lisboa: greve encerrou, mas a luta continua até derrotar os planos privatistas de Tarcísio

    "As pessoas que dizem que minha motivação para a luta é político-partidária não sabem, mas a minha função pode simplesmente deixar de existir por causa de um edital privatista de terceirização, marcado para o dia 10/10. Seu cancelamento era um dos motivos da nossa greve. Fiz greve também porque posso perder meu posto de trabalho daqui a 6 dias. Se isso não é uma motivação legítima, o que seria?", questionou Camila.

    Além disso, Camila Lisboa enfatizou seu papel como representante de uma categoria, independente de sua filiação partidária. "Na qualidade de representante de uma categoria, tenho obrigação de resistir e organizar a resistência, sobretudo quando minha categoria tem seus direitos ameaçados, como ocorre agora, com as terceirizações que têm editais marcados e a privatização anunciada pelo governador Tarcísio", declarou.

    Por fim, Camila Lisboa defendeu veementemente o direito de greve e a liberdade de filiação partidária como direitos democráticos fundamentais. Ela lembrou que a ditadura já terminou e que os que tentam fazê-la retornar foram derrotados nas últimas eleições.

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