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    Caso Marielle: delegado Giniton Lages depõe no STF em meio a questionamentos sobre investigação

    Delegado responsável pela prisão dos assassinos confessos da vereadora terá que explicar a demora na apuração e sua relação com os principais acusados

    (Foto: Agência Brasil)

    247 - Nesta quarta-feira (25), um dos depoimentos mais esperados no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito das investigações sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco deve ocorrer: o do delegado Giniton Lages. Lages foi o primeiro responsável pela condução das investigações sobre a morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes, tendo sido também o responsável pela prisão dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que confessaram a autoria do crime. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal O Globo.

    Giniton Lages foi arrolado como testemunha pela defesa do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, atualmente apontado pela Polícia Federal como um dos mentores intelectuais do crime. Durante seu depoimento, o delegado terá que explicar a razão pela qual demorou sete meses para direcionar suas investigações a Ronnie Lessa, apesar de uma recomendação anterior feita pelo então secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, para que ele apurasse a possível participação do ex-PM no assassinato da vereadora.

    O depoimento de Giniton também é de interesse das defesas de Domingos e Chiquinho Brazão, respectivamente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e deputado federal. Ambos os irmãos são investigados pela Polícia Federal como possíveis mandantes do crime. Giniton foi acusado de ter criado obstáculos para a elucidação do caso, ao lado do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, mas nenhum dos dois foi formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

    A defesa de Rivaldo Barbosa, liderada pelo advogado Marcelo Ferreira, busca utilizar o depoimento de Giniton para questionar a acusação de que houve obstrução da investigação. 

    Em um depoimento prestado à Polícia Federal em julho deste ano, Giniton Lages afirmou que não ficou surpreso ao saber, pela imprensa, que os irmãos Brazão haviam sido apontados como mandantes por Ronnie Lessa. Segundo ele, já havia investigações em andamento contra os dois, que eram figuras influentes na política carioca e mantinham proximidade com áreas controladas por milícias.

    O depoimento de Giniton ao STF é aguardado com grande expectativa, principalmente pelos desdobramentos que podem influenciar diretamente o caso. 

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