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    Caso Marielle: delegado suspeito vai ao STF para ter remuneração de R$ 25 mil

    O Supremo havia liberado o recebimento de um salário mínimo (R$ 1.412) enquanto Giniton Lages cumpre medidas cautelares

    Giniton Lages e cartaz de Marielle Franco (Foto: Agência Brasil)

    247 - O delegado Giniton Lages, suspeito de conduzir inquérito para não punir os mandantes do assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), entrou com novo recurso contra decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que liberou só o recebimento de um salário mínimo (R$ 1.412) enquanto ele cumpre medidas cautelares. A informação foi publicada nesta terça-feira (25) no Portal Uol.

    A ex-parlamentar foi morta por integrantes do crime organizado num lugar sem câmeras na região central do município do Rio, em março de 2018. Investigadores prenderam algumas pessoas, entre elas os dois milicianos Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, mas ainda estão trabalhando para descobrir mais detalhes do crime. Uma das linhas de investigação é a forma como a Polícia Civil do estado do Rio conduziu as apurações do assassinato. Ex-chefe da corporação, Rivaldo Barbosa também está preso.

    A defesa de Lages pediu a reavaliação de recurso que já havia sido apresentado em 26 de abril. A advogada Thalita Fontes Mesquita Acatauassú Nunes afirmou que Alexandre de Moraes não avaliou o pedido inicial. "Mantido o atual estado de coisas, o agravante não terá como pagar o condomínio e as escolas de seus filhos — para não mencionar outras despesas igualmente essenciais, como pagamento da alimentação, energia elétrica, gás, financiamento do imóvel, saúde etc", argumentou a defesa de Lages.

    O delegado tem salário líquido de R$ 25 mil, mostrou o portal da transparência do Rio. Lages foi o primeiro responsável por conduzir as investigações do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Ele assumiu o caso no início, mas foi substituído em 2019.

    A ex-vereadora morreu na região central do Rio em março de 2018. Réu confesso, o ex-PM Ronnie Lessa efetuou os disparos. Outro miliciano, o ex-PM Élcio Queiroz, admitiu ter dirigido o carro de onde partiram os tiros contra Marielle.

    A ex-parlamentar era ativista de direitos humanos. Denunciava a atuação de milícias nas favelas e a violência policial principalmente contra os negros e pobres. Investigadores apuram se um dos motivos do crime foram as denúncias de Marielle contra a exploração imobiliária ilegal em regiões mais periféricas do município do Rio, o que teria contrariados os interesses do atual deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e do seu irmão, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RJ) Domingos Brazão. Os dois estão presos.

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