Chefe de batalhões da PM paulista convoca para ato bolsonarista, ataca Doria e o Supremo
Chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, o coronel Aleksander Lacerda fez convocações para o ato bolsonarista no dia sete de setembro e atacou as instituições. Chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de "covarde" e disse que João Doria é uma "cepa indiana". Também afirmou sentir "nojo" do STF. Para o militar, "liberdade não se ganha, se toma"
247 - Chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), o coronel Aleksander Lacerda está convocando seus "amigos" para o ato de apoiadores de Jair Bolsonaro marcado para o dia 7 de setembro em Brasília (DF). O militar atacou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), ao chamar o parlamentar de "covarde". Também disse que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é uma "cepa indiana" e o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, foi qualificado como beneficiário de um esquema "mafioso". As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O coronel tem sob suas ordens 7 batalhões da PM paulista. É uma tropa de cerca de 5 mil homens em 78 cidades da região de Sorocaba, sede do CPI-7 As manifestações do coronel refletiram a contaminação do bolsonarismo na PM paulista. O temor é que Bolsonaro use as PMs para tentar uma ruptura institucional. Doria e o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciaram no sábado (21) um encontro para esta segunda-feira (23) entre 24 governadores para discutir a defesa das instituições democráticas.
O coronel Lacerda fez suas manifestações no Facebook. Em 16 de agosto, postou "liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou".
No dia 20, o coronel publicou mensagem dizendo que "nenhum liberal de talco no bumbum" consegue "derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil". "Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete".
Sobre o dia 7 de Setembro, compartilhou a mensagem: "caldo vai esquentar".
Entre os dia 1.º e 22 de agosto, o coronel publicou 148 críticas e ofensas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de seus ministros. O coronel disse em 5 de agosto: "Sinto nojo do STF". Alexandre de Moraes foi retratado em uma publicação como um bigode do ditador Adolf Hitler.
Em nota, a PM informou ser "uma instituição de Estado legalista, que tem o dever e a missão de defender a Constituição e os valores democráticos do País".
"Postagens e opiniões expressadas por PMs em contas privadas de redes sociais, eventos oficiais públicos e na mídia em geral, quando atentarem contra as normas vigentes e tomarem contornos de ilegalidade, serão punidas com rigor. O conteúdo citado pela reportagem passa por análise criteriosa da Corregedoria", disse.
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