Em ano eleitoral, bolsonarismo usa CPI mirando Júlio Lancellotti e Boulos
A CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), ex-MBL, deve ser instalada assim que a Câmara Municipal de São Paulo retomar os trabalhos
247 - Com Guilherme Boulos liderando as pesquisas de intenção de voto, a direita paulista já se articula em ano eleitoral: A CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), ex-MBL, deve ser instalada assim que a Câmara Municipal de São Paulo retomar os trabalhos, em fevereiro. Ela tem como principal alvo a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central da capital, mais especificamente na cracolândia, e a relação dele com as entidades.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o vereador articulou junto à cúpula do Legislativo um acordo para instalação da CPI após ter conseguido as 24 assinaturas necessárias para protocolá-la. A investigação deverá ganhar contornos eleitorais, pois Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (PSOL), um dos pré-candidatos à Prefeitura de SP em 2024.
O partido de Rubinho, União Brasil, apoiará a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), e Kim Kataguiri, filiado também União Brasil, é pré-candidato. Vale lembrar que Rubinho decidiu apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, posicionamento que gerou reprovação interna no MBL (Movimento Brasil Livre), que defendeu o voto nulo no segundo turno. Diante da divergência, Rubinho deixou o MBL.
MBL e seu histórico de perseguição- Reportagem da Piauí revelou em julho de 2022 que dois ex-integrantes do Movimento Brasil Livre afirmam que o ex-deputado paulista Arthur do Val tentou se beneficiar de uma armação criminosa contra o padre Julio Lancellotti, ocorrida em setembro de 2020. Na época, um denunciante anônimo enviou à polícia um vídeo em que um suposto adolescente de 16 anos trocava mensagens de cunho sexual com um suposto perfil do padre. O objetivo da fabricação do vídeo era incriminar o pároco no crime de pedofilia. Agora, sabe-se que era uma armação, crime que, a depender do enquadramento, pode render de 6 meses a 1 ano de prisão.
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