Em coletiva sobre assassinato de médicos, Castro fala em "máfia" e exalta a polícia: "sabia a linha de investigação correta"
Versão da polícia é de que um dos médicos teria sido confundido com um miliciano e que, por isso, um grupo rival teria feito a execução
247 - Após uma reunião nesta sexta-feira (6) com o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), concedeu uma entrevista coletiva sobre o assassinato de médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense, na madrugada de quinta-feira (5). Dentre as vítimas estava o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim. >>> "Não tem cabimento", diz Cappelli sobre 'tribunal do crime'
Castro chamou o grupo criminoso responsável pelo crime de “máfia” de “sanguinários”. “Estamos aqui mais uma vez para falar de um problema que sinceramente não é do estado do Rio de Janeiro, somente do governo do Rio de Janeiro. É um problema do Brasil, um problema que a gente tem sinceramente de parar de ficar achando que é pontual. Só conseguiremos ter sucesso no combate à criminalidade se for com todos, se nós nos juntarmos, o governo federal com todos os estados. Não adianta mais achar que é um problema pontual. Não estamos mais falando de uma briga entre milicianos e traficantes. Estamos falando de uma máfia, que hoje é muito mais do que outrora foi de tráfico de drogas ou de armas. Uma máfia que verdadeiramente tem entrado nas instituições, nos poderes, no comércio, nos serviços, e inclusive no sistema financeiro nacional. E que infelizmente cada dia mais possui suas próprias estruturas e seus próprios tribunais. É uma máfia que vem se expandindo pelo Brasil inteiro. No Rio de Janeiro é uma luta que vem sendo travada sete dias por semana, 24 horas por dia. Já não arrefecemos e continuaremos não arrefecendo nossa luta contra essas organizações criminosas”. >>> Médico que sobreviveu a execução aparece em vídeo no hospital: "estou bem. Só algumas fraturas"
O governador ainda exaltou a Polícia Civil que, segundo ele, já logo de início sabia da linha de investigação “correta” em relação ao crime. A versão da polícia é de que um dos médicos teria sido confundido com um miliciano e que, por isso, um grupo rival teria feito a execução. A polícia teria grampos telefônicos que comprovam a história e teria até mesmo sido avisada que os criminosos que cometeram o ‘erro’ foram mortos após ‘julgados’ pelo chamado ‘tribunal do crime’. “Queria me solidarizar com as famílias. Foi realmente um assassinato brutal. Mas queria aqui reconhecer o trabalho da Polícia Civil, reconhecer todos aqueles que nos abriram possibilidade de colaboração. Queria agradecer ao Ministério de Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, queria agradecer o governo de São Paulo, que também demonstrou solidariedade e que nos ajudou. Mas é muito importante que em menos de 12 horas do acontecido a Polícia Civil já sabia a linha de investigação correta, já sabia as motivações, já sabia a facção criminosa, e já tinha achado até o roteiro do veículo e já estava em processo de identificação desses criminosos”.
“Não estamos lidando somente com uma facção ou outra facção. Estamos lidando com uma máfia, uma organização criminosa perigosíssima, que diferente do que tentam plantar, não são gente boazinha da comunidade, não são moradores da comunidade. São criminosos sanguinários, violentos, fortemente armados e que têm que ser combatidos com a mão forte do Estado. O Estado precisa combater com dureza e precisa do apoio das instituições. Precisa sim do apoio do governo federal, das forças federais, mas também precisa do apoio da Justiça, dos tribunais superiores, federais, estaduais, precisa do apoio do Ministério Público, da Defensoria”.
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