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    Enquanto Doria nega crise hídrica, falta água na periferia de São Paulo

    Jornal Brasil Atual traz informações sobre a organização do ato do 27° Grito dos Excluídos, no próximo 7 de setembro

    Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), realiza ato contra o racionamento de água em São Paulo. (Foto: Oswaldo Corneti)

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    Brasil de Fato - A população da Grande São Paulo está em risco de viver uma nova crise de abastecimento, ainda mais grave do que a registrada nos anos de 2014 e 2015, quando os sistemas Cantareira e Alto Tietê quase secaram. Desde outubro de 2020 as chuvas na região estão abaixo da média e o último outono foi o mais seco em 20 anos, com recorde em abril, quando choveu apenas 7% do esperado para todo o mês. 

    Dados da Sabesp mostram que hoje, todos os reservatórios estão no pior nível dos últimos cinco anos. No conjunto das represas, o volume de água é 20% menor do que o registrado em 2013, ano anterior à última seca. A situação é considerada grave por especialistas em recursos hídricos, que cobram da Sabesp e do governo de João Doria (PSDB) o reconhecimento do problema. A sugestão é que o estado comece a aplicar medidas para redução do consumo de água imediatamente. Inclusive para o setor econômico, responsável pela maior parte da demanda.

    Conselheiro do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento, Amauri Polachi explica que a devastação ambiental e a falta de programas de proteção e recuperação dos mananciais são a causa principal da crise. Mas, embora a situação seja “bastante preocupante”, como adverte, o governo estadual está em “um processo de negação dessa situação crítica. E na crise que se iniciou em 2013 e foi prolongada até 2015, isso foi extremamente prejudicial”. 

    A Sabesp já se posicionou minimizando a crise e descartando o risco de desabastecimento de água sob a justificativa de que as obras de transposição tornaram o sistema mais resiliente. Mas, na periferia da capital paulista, a memória relacionada a dias sem água e armazenamento feito em garrafas PET e bacias ainda está na mente dos moradores. E é uma lembrança revivida todas as noites e em muitos finais de semana.

    Em outra reportagem apresentada no Jornal Brasil Atual desta sexta-feira (27), Daiane Hohn, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), destaca que o Grito dos Excluídos deste ano também vai denunciar a crise hídrica "que está se expandido graças à falta de ação do governo Bolsonaro", segundo a dirigente.

    No próximo dia 7 de setembro, acontecem em todo o Brasil as manifestações do 27º Grito dos Excluídos e Excluídas. Neste ano, o tema central do ato é: "Terra, Trabalho, Moradia e Territórios". Na quinta-feira (26), integrantes de movimentos populares se reuniram de forma online, para expor os problemas sociais que o país vem enfrentando durante a gestão de Jair Bolsonaro.

    Na reunião, transmitida pela internet, a deputada Joênia Wapichana (Rede -RR), disse que as mobilizações do Grito dos Excluídos são ainda mais necessárias neste ano, quando o meio ambiente e os povos originários estão sob intenso ataque.

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