Marcelo Rubens Paiva é agredido durante homenagem no bloco Acadêmicos do Baixo Augusta

247 - O escritor e músico Marcelo Rubens Paiva, conhecido por obras como "Feliz Ano Velho" e "Ainda Estou Aqui", foi alvo de agressões durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, realizado na tarde deste domingo (23), no centro de São Paulo. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles.

Paiva, que é porta-estandarte do bloco há 16 anos, chegou ao evento utilizando uma máscara com o rosto da atriz Fernanda Torres, protagonista da adaptação cinematográfica de "Ainda Estou Aqui", filme que concorre a três estatuetas no Oscar deste ano. Ao cumprimentar o público presente, o escritor foi surpreendido por uma lata de cerveja arremessada em sua direção. Em seguida, uma mochila foi lançada, atingindo seu rosto. Posteriormente, um homem fez gestos obscenos para Paiva, que, em resposta, avançou com sua cadeira de rodas em direção às grades de proteção. 

O incidente causou uma breve interrupção na homenagem, que foi retomada sob a condução do cantor Wilson Simoninha e da atriz Alessandra Negrini, rainha do bloco. Em entrevista ao UOL, Paiva desabafou sobre o ocorrido: "Apesar do susto, tá tudo bem, não machucou. O cara jogou cerveja na cara. Eu não entendi por que fui atacado. Jogar uma mochila na cara de porta-bandeira, cadeirante, que quer se divertir." 

O Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos blocos mais tradicionais do pré-Carnaval paulistano, atraiu uma multidão de foliões neste domingo. O tema deste ano, "A força dos nossos pagodes", contou com apresentações de artistas como Jorge Aragão, Tulipa Ruiz e Tássia Reis. Além de Paiva e Negrini, outras personalidades marcaram presença, como o chef e ator Joaquim Lopes e o jornalista Carlos Tramontina. 

A Prefeitura de São Paulo confirmou a participação de 601 blocos na edição deste ano do Carnaval de Rua, com expectativa de atrair mais de 16 milhões de pessoas aos desfiles, que se estendem até o dia 9 de março.

Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar, é uma figura emblemática da cultura paulistana e da boemia da Rua Augusta. Sua obra "Ainda Estou Aqui" aborda a história de sua família e inspirou o filme homônimo, que disputa o Oscar em três categorias neste ano. 

Apesar do incidente, o desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta seguiu com clima festivo, celebrando a diversidade e a resistência cultural características do Carnaval de São Paulo.