"Esquerda lavajatista é a esquerda que a direita e a Globo gostam", diz Marcia Tiburi
A filósofa criticou o voto de parlamentares da oposição contra a PEC que ampliaria a composição do CNMP com o intuito de coibir abusos do Poder Judiciário
247 - A filósofa Marcia Tiburi criticou o voto de parlamentares da oposição contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que ampliaria a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de 14 para 17 integrantes, sendo cinco indicados ou eleitos pelo Poder Legislativo (atualmente são dois).
"A esquerda lavajatista é a esquerda que a direita e a Globo (et caterva) gostam. Todos ajudam Bolsonaro, Moro e tipos bizarros como esses. Triste de ver até pessoas inteligentes votando contra a PEC 5", escreveu ela no Twitter.
A PEC seria uma forma de conter abusos do Judiciário, principalmente, após as revelações da Vaza Jato a partir de junho de 2019, quando o site Intercept Brasil começou a divulgar diálogos comprovando as irregularidades da Operação Lava Jato.
Outro detalhe é que, segundo o livro da jornalista do Intercept Letícia Duarte sobre a Vaza Jato, a Lava Jato blindou a Globo ao não investigar a relação da emissora com o escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, usado para lavagem de dinheiro. Em troca, a família Marinho fez cobertura favorável à operação.
Sérgio Moro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por causa de parcialidade contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agia como se fosse um assistente de acusação, o que feria a equidistância entre quem julga e quem acusa. Em uma das mensagens, trocadas em 16 de fevereiro de 2016, Moro pergunta se os procuradores têm uma "denúncia sólida o suficiente" contra o petista.
Uma conversa de 28 de abril de 2016 mostra que o então juiz orientou os procuradores a tornar mais robusta uma peça. No diálogo, Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, avisa à procuradora Laura Tessler que Moro o havia alertado sobre a falta de uma informação na denúncia de um réu — Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás.
Confira alguns nomes de parlamentares que votaram contra a proposta:
Alessandro Molon (PSB-RJ),
André Figueiredo (PDT-CE),
Áurea Carolina (PSOL-MG),
Bira do Pindaré (PSB-MA),
Camilo Capiberibe (PSB-AP),
Cássio Andrade (PSB-PA),
Dagoberto Nogueira (PDT-MS),
David Miranda (PSOL-RJ)
Denis Bezerra (PSB-CE)
Eduardo Bismarck (PDT-CE)
Elias Vaz (PSB-GO)
Emidinho Madeira (PSB-MG)
Fábio Henrique (PDT-SE)
Felipe Rigoni (PSB-ES)
FernandaMelchionna (PSOL-RS)
Flávia Morais (PDT-GO)
Gervásio Maia (PSB-PB)
Glauber Braga (PSOL-RJ)
Gustavo Fruet (PDT-PR)
Heitor Schuch (PSB-RS)
Jefferson Campos (PSB-SP)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Luiza Erundina (PSOL-SP)
Marcelo Freixo (PSB-RJ)
Mauro Nazif (PSB-RO)
Paulo Ramos (PDT-RJ)
Pompeo de Mattos (PDT-RS)
Robério Monteiro (PDT-CE)
Rodrigo Agostinho (PSB-SP)
Rodrigo Coelho (PSB-SC)
Rosana Valle (PSB-SP)
Silvia Cristina (PDT-RO)
SubtenenteGonzaga (PDT-MG)
Túlio Gadêlha (PDT-PE)
Vivi Reis (PSOL-PA)
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