"Estou nem aí": como a declaração de Tarcísio aumentou mortes na Baixada Santista
Em março, Tarcísio, ex-ministro de Bolsonaro, declarou que não está “nem aí” para as denúncias de abusos cometidos na condução pela PM da Operação Verão, que resultou em 56 mortos
247 -Após a Operação Verão, da Polícia Militar do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixar 56 mortos na Baixada Santista, e ele próprio declarar não estar "nem aí" para as denuncias de abusos de direitos humanos, a região sofreu com a retomada das ações letais.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, "A operação vivia um período de dez dias sem vítimas, mas as mortes recomeçaram logo após a declaração".
Em março, Tarcísio, ex-ministro de Jair Bolsonaro, declarou que não está “nem aí” para as denúncias de abusos cometidos na condução da Operação Verão.
"Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU [Organização das Nações Unidas], pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não estou nem aí", disse a jornalistas, durante evento na capital para celebrar o Dia Internacional da Mulher.
No dia seguinte, 9 de março, um incidente resultou em um homem morto pela PM no Morro José Menino, em Santos, e um policial militar ferido. Até o final do mês, houve mais 18 mortes, incluindo Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, mãe de seis, detalha o jornal paulistano.
Antes da declaração indiferente de Tarcísio, a última ocorrência de mortes na operação data de 27 de fevereiro. Dados da SSP mostram que os homicídios dolosos aumentaram na região de Santos em meses em que a Operação Verão estava ativa: em dezembro de 2023, janeiro de 2024 e fevereiro de 2024 ocorreram 40 homicídios dolosos, dois a mais do que nos mesmos meses dos anos anteriores (dezembro de 2022, janeiro de 2023 e fevereiro de 2023).
O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço na Baixada Santista também subiu: aumentou mais de 400% nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro e fevereiro os policiais militares mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) – levantamento que inclui dados totais, além da Operação Verão. No primeiro bimestre de 2023, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região. (Com informações da Agência Brasil).
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