‘Estou realmente com medo de sair na rua’, diz Mamãe Falei
Deputado nega que tenha abusado de jovem em 2016
247 - Arthur do Val, o Mamãe Falei, enviou um novo áudio aos seus seguidores pedindo ajuda para “esclarecer” uma história em que foi acusado de estuprar uma adolescente em uma escola do Paraná e dizendo que, pela primeira vez na vida, “está com medo de sair na rua”. A informação é do jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo.
Na gravação de três minutos, o deputado estadual descreveu ter ido a um centro de ensino em outubro de 2016 e, após uma confusão, ter parado numa delegacia. Segundo Arthur do Val, foi registrada um boletim de ocorrência, mas a menina teria se negado a fazer exame de corpo de delito.
O deputado afirma também que o caso estava encerrado, mas que agora tentam reabri-lo para desgastá-lo. Ele diz que soube que está sendo queimado um boneco com sua imagem na Avenida Paulista e que teme pela sua vida.
"Pela primeira vez na minha vida, eu realmente estou com medo de sair na rua. Só falta agora as pessoas acharem que sou um estuprador de uma criança de 16 anos", disse.
A versão da vítima
Quando ouviu os áudios sexistas sobre refugiadas ucranianas proferidos pelo deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), o Mamãe Falei, a universitária Maria*, 23, se indignou mais uma vez. Ao mesmo tempo, confirmou a sua visão sobre o parlamentar paulista em relação às mulheres.
"Sempre soubemos quem ele é. Obrigada por compartilhar [os áudios] comigo para lembrar que nenhuma luta é em vão", disse a jovem ao responder à sua advogada, Tânia Mandarino.
.A luta a que Maria se refere foi travada por ela e Tânia contra Arthur do Val ao longo de três anos. Aos 17 anos, a então adolescente procurou a Polícia Civil do Paraná, em 19 de outubro de 2016, para denunciá-lo após ter "sido violentada sexualmente", segundo consta no boletim de ocorrências registrado na Delegacia de Investigação de Crimes Contra a Mulher de Curitiba.
A vítima, que era adolescente, registrou às 14h30 daquele dia que Arthur do Val passou uma das mãos em seus seios, descendo-a pelas costas até sua cintura durante a ocupação secundarista no Colégio Estadual do Paraná. No dia do fato, Mamãe Falei gravava vídeos desdenhando do movimento dos estudantes, que lutavam contra a reforma do ensino médio.
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