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    Fenae se solidariza com a deputada Juliana Cardoso

    A petista e mais cinco parlamentares mulheres foram alvo de um pedido de cassação de seus mandatos na Câmara

    Juliana Cardoso (Foto: Glória Fulgel (Divulgação))

    247 - O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa, Sergio Takemoto, enviou uma mensagem de solidariedade a Juliana Cardoso (PT-SP), primeira mulher indígena eleita para deputada federal pela sigla. A petista e outras cinco parlamentares foram alvo de um pedido de cassação de seus mandatos apresentado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por terem sido contrárias à aprovação do Marco Temporal - Erika Kokay (PT-DF), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). 

    “Mais uma vez, a Fenae vem a público manifestar apoio e solidariedade às deputadas. Repudiamos a violência política de gênero, a evidente perseguição política contra essas importantes representantes do parlamento brasileiro, eleitas legitimamente e que atuam, em especial, no combate à ameaça aos direitos de povos indígenas”, reforçou Takemoto.

    De acordo com a proposta do Marco Temporal, indígenas só poderão reivindicar a posse de áreas que já estivessem ocupando na data de promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. O projeto também permite contrato entre índios e não índios para atividades econômicas.

    O Grupo de Trabalho Interministerial de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres afirmou que o fenômeno da violência política contra as mulheres no Brasil é histórico e estrutura as bases de formação do País. “Agravado pela misoginia, pelo racismo e pela LBTfobia, tem como objetivo limitar ou até impedir a participação das mulheres na vida política e partidária. Essa estratégia de invisibilização das mulheres é uma das principais causas da sub-representação dessa importante parcela da população do país, no parlamento e nos espaços de poder e decisão. As mulheres são 53% do eleitorado, mas ocupam apenas 17,7% da Câmara dos Deputados, 18% do Senado, 17% das Câmara Municipais, 12% das Prefeituras e 7,5% dos Governos Estaduais”, disse a nota.

    Segundo o Mapa das Mulheres na Política 2020, feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Interparlamentar (UIP), o Brasil ocupa o 145º lugar no ranking em número de mulheres no Parlamento, de um total de 187 países.

    A deputada Erika Kokay (PT-DF) enfatizou: "a tentativa de cassarem os nossos mandatos reflete uma lógica misógina e uma nítida violência política de gênero. Existe um projeto sexista em curso e que aponta que nós não fizemos o luto dos nossos períodos traumáticos, inclusive ao colonialismo, onde os donos da terra também se sentem donos dos corpos femininos. Essa lógica precisa ser combatida". 

    Nesta semana, foi lançada a Campanha Nacional contra Violência Política de Gênero e Raça. A ação, encabeçada pela Frente Parlamentar Feminista e Antirracista com Participação Popular, busca dar visibilidade nacional aos pedidos de cassação que foram abertos pela Comissão de Ética contra as seis deputadas federais de esquerda.

    O objetivo da campanha é pressionar os relatores dos processos para que não permitam essa perseguição. Acesse o site e vote: https://www.elasficam.org/.

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