Flávio Bolsonaro repassou documentos da Abin para advogados e “pessoas de confiança”
O senador Flávio Bolsonaro repassou relatórios que teriam sido produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a suas advogadas e a pessoas de confiança. Em clara tentativa de interferência do governo federal em investigações judiciais, os documentos teriam como objetivo ajudar o parlamentar a se defender no caso Fabrício Queiroz
247 - O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) repassou os dois relatórios que teriam sido produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a suas advogadas e a pessoas de confiança. Os documentos teriam como objetivo ajudar o parlamentar a se defender das investigações no inquérito sobre o caso Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar e que está preso por envolvimento em um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde o filho de Jair Bolsonaro cumpria mandato de deputado estadual antes de ser eleito para o Senado.
De acordo com informação publicada pela coluna de Lauro Jardim, Flávio recebeu os documentos pelo WhatsApp e os repassou pela mesma plataforma às advogadas. O congressista também teria confirmado em mensagem que os relatórios são de autoria da Abin.
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, afirmou nessa terça-feira (15) que o órgão não produziu os relatórios, mas admitiu que houve uma reunião com a defesa do parlamentar. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também negou irregularidades.
Um dos documentos dos relatórios, no entanto, autoexplicativo ao definir o motivo daquele trabalho. Em um campo intitulado 'Finalidade', cita: 'Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB'".
O governo pôs mais de uma centena de agentes (espiões) em vários ministérios, contra adversários, organizações não-governamentais (ONGs) críticas às políticas ambiental, indigenista e de direitos humanos.
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