Governo Tarcísio quer culpar professores por erro em material didático, denuncia Bebel
Apeoesp diz que vai encaminhar denúncia ao Ministério Público Estadual
247 — Depois de o governo Tarcísio de Freitas produzir e distribuir material didático em que afirma que a Lei Áurea, de 1888, foi assinada por dom Pedro 2º e que a capital paulista possui praias, agora a Secretaria de Educação anuncia o afastamento do cargo de professores que seriam responsáveis pela elaboração do material, denunciou a presidenta do sindicato dos professores de São Paulo (Apeoesp) e deputada estadual, Professora Bebel.
Ela disse que o sindicato vai denunciar o caso ao Ministério Público Estadual, já que os docentes não podem ser responsabilizados por essa grave falha do governo. "O secretário decidiu que iria produzir esse material e usá-lo no lugar de livros de verdade. Ele é o responsável por esses erros. Ele decidiu fazer o material de forma apressada e com profissionais que não têm essa experiência nem atribuição", explicou.
Para ela, esses erros são totalmente inaceitáveis, porém, previsíveis. “Recordemos que o secretário Renato Feder, respaldado pelo governador Tarcísio, já havia tomado a decisão de retirar o Estado de São Paulo do Plano Nacional do Livro Didático - PNLD, cuja avaliação e seleção de obras é rigorosa, criteriosa, realizada por especialistas. Ao invés disso, preferiu utilizar exclusivamente os materiais digitais produzidos pela SEDUC. Na ocasião, questionei a qualidade desses materiais e enderecei ofício ao secretário manifestando-me contra o rompimento”, afirma a deputada.
Bebel ainda ressalta que realizou, no dia 14 de agosto, uma audiência pública na Assembleia Legislativa com a presença da coordenadora do PNLD, do secretário do livro didático do Ministério da Educação e diversos outros especialistas, todos unânimes em condenar a decisão do secretário. Devido à pressão, o governo anunciou que recuaria. “Entretanto, ao que tudo indica, o governo segue utilizando prioritariamente as apostilas digitais produzidas pela gestão. Como se vê, esses materiais não possuem a qualidade necessária para essa finalidade, além do fato de serem aligeirados e fragmentários”, conclui Bebel.
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