Irmão de Michelle, empregado por Tarcísio, também se envolveu no esquema de desvio de joias
Segundo a PF, Diego Torres Dourado foi o responsável por coordenar com Mauro Cid a entrega da mala com esculturas recebidas por Jair Bolsonaro do reino do Bahrein
247 - O irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Diego Torres Dourado, entregou ao tenente-coronel Mauro Cid uma mala com esculturas recebidas pelo presidente Jair Bolsonaro do reino do Bahrein, como uma palmeira e um barco de ouro. A mala foi despachada para os Estados Unidos, onde os presentes oficiais seriam vendidos. É o que revela um relatório da Polícia Federal, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo. Diego Torres Dourado é funcionário da gestão de Tarcísio de Freitas em São Paulo e foi o responsável por coordenar a entrega da mala com Mauro Cid, segundo a PF. De acordo com as mensagens de WhatsApp identificadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Camara, assessor do então presidente, menciona "a situação de uma mala" que teria sido mencionada pelo irmão de Michelle. A referida mala continha esculturas originárias do Bahrein, incluindo uma palmeira e um barco de ouro, e tinha como destino os Estados Unidos, onde seriam vendidas como presentes oficiais das autoridades do Oriente Médio.
Segundo a reportagem do Estadão, a entrega ocorreu no contexto da viagem do então presidente Bolsonaro para Orlando, na Flórida, em 30 de dezembro de 2022, anterior à posse de Luiz Inácio Lula da Silva. As esculturas, no entanto, estavam destinadas a serem vendidas em Miami, cidade com maior número de lojas especializadas em joias. A troca de mensagens entre Mauro Cid e Camara evidencia a preocupação com o destino da mala, reforçando a estratégia para que a carga chegasse segura a Miami. O empresário Cristiano Piquet também desempenhou um papel na operação, auxiliando na localização de um imóvel para a estadia de Bolsonaro em Orlando e retirando a mala da cidade posteriormente. A situação culminou na captura de imagens por parte do general da reserva Mauro Lourena Cid, então morando em Miami, expondo os presentes oficiais desviados para venda. Para a Polícia Federal, os envolvidos operaram como uma "organização criminosa" com a intenção de atacar instituições como o STF e o Tribunal Superior Eleitoral, buscando um golpe em 8 de janeiro.
O futuro desse cenário ainda é incerto, mas a delação iminente de Mauro Cid paira sobre a família Bolsonaro, deixando não apenas o ex-presidente, mas também Michelle e seu irmão Diego sob o escrutínio das investigações em curso. Enquanto isso, o clima no âmbito político tornou-se mais tenso, com eventos futuros sendo aguardados com expectativa pela cúpula do partido.
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