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    Janones admite uso de fake news para 'desestabilizar Bolsonaro'

    O deputado fez referência à campanha eleitoral do ano passado

    André Janones (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

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    247 - Em um livro sobre a disputa presidencial do ano passado, o deputado federal André Janones (Avante-MG) admitiu ter divulgado notícias falsas com o intuito de "desestabilizar" Jair Bolsonaro (PL), principal adversário do petista. Segundo o jornal O Globo, entre os episódios nos quais reconhece que compartilhou conteúdo falso, o parlamentar citou as menções a um celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020, e a fake news de que Fernando Collor ganharia um lugar na Esplanada em caso de vitória bolsonarista.

    A obra "Janonismo cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil" será lançada no dia 20 de novembro, mas o deputado já vem fazendo publicidade do texto biográfico nas plataformas digitais. No capítulo "O celular de Bebianno", o parlamentar disse que inventou estar em posse do aparelho pouco antes do debate da TV Globo, o último antes do segundo turno, numa tentativa de abalar emocionalmente Bolsonaro.

    Desde a sua morte, vítima de um infarto em 2020, circulam rumores de que o telefone de Bebianno armazenaria informações que poderiam comprometer a família Bolsonaro. No livro, Janones afirma que, apesar de jamais ter chegado perto do "mítico aparelho", insinuou que havia tido acesso ao conteúdo para "atormentar" o adversário político.

    "Horas antes de o debate começar, publiquei uma foto minha segurando alguns papéis. A legenda dizia: 'Tá tudo na mão do Pai, agora é com ele. Seja o que Deus quiser!' O que Jair Bolsonaro temia? Que eu tivesse entregado documentos sobre Gustavo Bebianno para Lula às vésperas do último debate. Até eu me impressionava com minha capacidade de mexer com eles", narra o deputado.

    Em outra passagem, o deputado explica como fomentou uma fake news sobre a possibilidade de que o ex-presidente Fernando Collor de Mello assumisse um ministério em um eventual segundo mandato de Bolsonaro. Janones justifica a decisão citando uma fala na qual Bolsonaro afirmou que o ex-ministro José Dirceu voltaria ao alto escalão no caso de triunfo petista nas urnas.

    "O ministro de Lula vai ser José Dirceu? Tá bom. Então o ministro da Previdência de Jair Bolsonaro vai ser Fernando Collor de Mello. Simples assim. Ele realmente seria ministro de Jair Bolsonaro? Eu sei lá. Mas uma vez que ele apoiou Jair Bolsonaro, poderia muito bem ser. Ele iria confiscar benefícios como a aposentadoria? Não sei, mas ele confiscou as poupanças quando foi presidente", escreveu o autor.

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