Jovem baleada por agentes da PRF reage a estímulos, diz boletim médico
Juliana Rangel mantém reflexos preservados, mas não há uma avaliação conclusiva sobre seu nível de consciência
247 - A agente de saúde Juliana Leite Rangel, de 26 anos, começa a apresentar sinais de recuperação após ser baleada durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no último dia 24 de dezembro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, informa O Globo. A informação foi divulgada pelo Hospital Adão Pereira Nunes, onde Juliana segue internada em estado grave, no Centro de Terapia Intensiva (CTI). A jovem passou por uma traqueostomia no dia 30 de dezembro, e, segundo o boletim médico, está respondendo bem aos estímulos, com boa resposta à redução da sedação e ventilação mecânica.
Ainda segundo o boletim médico, Juliana mantém reflexos preservados, mas não há uma avaliação conclusiva sobre seu nível de consciência ou se ela sofrerá sequelas permanentes. "O processo de desmame de sedação e ventilação mecânica seguirá, de acordo com a tolerância da paciente", informou o hospital. A jovem recebe acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, incluindo os serviços de neurocirurgia e cirurgia torácica. Mesmo com sinais de recuperação, o estado de saúde da agente de saúde continua sendo monitorado com cautela, já que o risco de complicações ainda persiste.
Juliana foi baleada enquanto estava no banco de trás do carro da família, junto com seu irmão de 17 anos e a namorada dele. Os pais de Juliana estavam na frente do veículo. Alexandre da Silva Rangel, seu pai, conduzia o carro, e foi atingido por um disparo na mão esquerda, mas felizmente não precisou de internação. A família viajava para Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para passar o Natal com parentes.
Em entrevista ao "Fantástico", o pai de Juliana, Alexandre, descreveu os momentos de pânico durante a abordagem. "Eu estava a 90 km/h, quando vi no retrovisor o giroflex da viatura e pensei que fosse uma ambulância. Dei passagem, mas só quando o policial se aproximou, jogou atrás de mim. Eu pensei 'ih, não passou, não'. Então liguei a seta e voltei, mas aí começaram a disparar, sem parar", relatou, lembrando que os estilhaços dos vidros atingiram os ocupantes do carro.
Após a abordagem, a mãe de Juliana, Dayse Rangel, afirmou que o carro ainda foi alvo de mais disparos, totalizando cinco tiros. "Quando paramos, o carro foi atingido por mais tiros", disse ela à TV Globo. A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o ocorrido, e já ouviu os agentes envolvidos no episódio. As armas usadas pelos policiais foram apreendidas, e a investigação continua.
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