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    Justiça manda YouTube e Instagram removerem cultos do pastor André Valadão sobre LGBT+

    O Judiciário fixou multa de R$ 1 mil por dia em que os conteúdos do líder religioso sigam no ar. Em nota, Valadão informou que não foi notificado da decisão judicial

    André Valadão (Foto: Reprodução)

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    247 - A Justiça Federal de Minas Gerais determinou que o YouTube e o Instagram terão cinco dias para derrubar conteúdos referentes ao culto evangélico intitulado "Deus odeia o orgulho", com o pastor André Valadão, da Igreja Batista Lagoinha, em junho, nos Estados Unidos. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi quem recorreu ao Judiciário. A instituição religiosa fica em Belo Horizonte, capital mineira. 

    Na decisão contra Valadão, o juiz José Carlos Machado Júnior, da 3ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte (a igreja está sediada na capital mineira), fixou multa de R$ 1 mil por dia em que os conteúdos do líder religioso sigam no ar. A informação foi publicada nesta terça-feira (11) na coluna de Lauro Jardim

    No mês passado, Valadão atribuiu à comemoração do orgulho LGBT+ "o que Deus mais repugna na humanidade". Também deverá ser removido outro vídeo, feito no início de julho, quando Valadão emitiu declarações interpretadas por internautas como estímulo ao assassinato de pessoas LGBT+ ("Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso. Agora, tá com vocês", disse aos fieis).

    De acordo com o magistrado, Valadão "excedeu os limites da liberdade de expressão e de crença" e criou "risco potencial de incitar nos ouvintes e fiéis, sentimentos de preconceito, aversão e agressão para com os cidadãos de orientação sexual diversa daquela defendida por ele". O juiz afirmou que autoridades devem "combater, contestar e reprimir" manifestações religiosas responsável por estimular a discriminação.

    Em nota, Valadão informou que não foi notificado da decisão judicial. Ele também agregou um "manifesto" ao documento, negando irregularidades. Leia-o abaixo: 

    O pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, não foi notificado da decisão judicial. Nesta segunda-feira (10 de julho), o pastor divulgou manifesto em que afirma jamais ter incentivado a violência contra pessoas da comunidade LGBTQIA+. No texto, diz que sua pregação em culto realizado no dia 2 de julho, em Orlando (EUA), recorreu a uma metáfora retirada de contexto. “Que bem fique claro: repudio qualquer ataque e uso de violência física ou verbal a pessoas por conta da orientação sexual”, diz o líder cristão no texto. “Sou contra qualquer crime de ódio e sei que, como Jesus, os cristãos devem acolher a todos.” O pastor é enfático ao negar ter dito a expressão “e Deus deixou o trabalho sujo para nós”, mentira repetida em publicações, postagens e manifestações públicas, que serão questionadas na Justiça.

    A seguir, a íntegra do manifesto.

    Queridos irmãos e amigos,

    Estive introspectivo e em oração para entender a avalanche de acontecimentos dos últimos dias. Minha vida e da minha família foram expostas, mentiras e interpretações distorcidas se espalharam. Mas hoje encontrei paz e quero colocar as coisas nos devidos lugares.

    Primeiro: não admito, nunca admiti e não autorizo que nossos fiéis agridam, firam, ofendam ou causem qualquer tipo de dano, físico ou emocional, a qualquer pessoa que seja. Repudio o uso de violência física ou verbal a pessoas por conta da orientação sexual. Sou contra o crime de ódio e incitação à violência e, como cristão, defendo que Deus ama o pecador. E pecadores somos todos, como diz o apóstolo Paulo em Romanos 3:23. Dependemos, sem exceção, do perdão, da misericórdia e da graça de Deus por meio de Jesus Cristo.

    Apesar da repercussão sobre o culto do dia 2 de julho, preciso dizer que nenhum dos nossos fiéis interpretou o que eu disse da forma como a imprensa divulgou. Não há qualquer relato de agressão ou ameaça.

    Não fiz nada além do que repetir o que está escrito na Bíblia. Ademais, minha pregação como pastor foi dirigida apenas a fiéis e está protegida pela liberdade de culto, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos. Aproveitadores estão usando o episódio de maneira distorcida para destilar seu ódio contra cristãos.

    Também jamais saiu da minha boca a expressão “e Deus deixou o trabalho sujo para nós”, que maldosamente inúmeras pessoas espalharam por aí. Essas responderão judicialmente. Basta assistir ao vídeo do culto para ver que essa frase nunca foi dita.

    Ao me referir à história do dilúvio e de Noé, quis lembrar das consequências que o pecado pode ter sobre todos nós. “Porque o salário do pecado é a morte”, diz Romanos 6:23. Hoje, a morte é espiritual, é a separação completa de Deus. Cabe a nós cuidarmos para que nossos filhos não caiam em armadilhas que os distanciem de Deus.  

    Foi isso o que quis dizer por tomar as cordas de novo, “resetar a máquina” e recomeçar. Precisamos ser mais firmes no nosso ensinamento da fé e da Palavra. Mas sempre levando o Amor à frente de tudo.

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