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    Linhas privatizadas do metrô paulista estão em poder de Itaú, Votorantim, Blackrock e empresário de ônibus

    A Linha 9 - Esmeralda, operada pela empresa Via Mobilidade, sofreu uma falha em seu sistema elétrico horas após Tarcísio elogiar a privatização

    Greve do Metrô de São Paulo e Tarcisio de Freitas (Foto: ABR | GOV SP)

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    247 - As linhas do Metrô de São Paulo que foram privatizadas estão sob o comando de bancos e grandes grupos econômicos. O Grupo CCR, que opera as linhas 4 (Amarela), por meio da empresa ViaQuatro, e 5 (Lilás), tem na sua composição acionária o empresário Soares Penido (15,05%), o conglomerado Mover Participações (14,86%), o banco Itaúsa (10,33%), grupo Votorantim (10,33%) e a gestora de fundos Black Rock (5,07%). Já a Via Mobilidade, que opera as linhas 5, 8 (Diamante) e 9 (Esmeralda), tem na sua composição o grupo CCR e o grupo Ruas Invest, da área de infraestrutura e transporte. O fato foi destacado pelo jornalista Leonardo Attuch, fundador do Brasil 247.


    As linhas privadas que não estão em greve têm piores serviços, mas ganham mais que estatais. De acordo com um levantamento feito pela plataforma Plamurb, a concessão no Metrô vem provocando um rombo na operação estatal. Isso ocorre porque o governo repassa para as concessionárias ViaQuatro e a Via Mobilidade uma tarifa de remuneração que é superior à tarifa média paga ao Metrô. No caso da ViaQuatro, que pertence à CCR e administra a Linha 4-Amarela desde 2006, ela recebe desde 1º de fevereiro o subsídio de R$ 6,3229. O valor está R$ 1,92 acima da tarifa pública que é cobrada dos passageiros, de R$ 4,40. Já o metrô estatal não tem tarifa de remuneração. Ele recebe uma tarifa média, calculada pelo total arrecadado e dividido pelo número de transportados no ano. Em 2022, a tarifa média foi de R$ 2,07. Comparando os dados do ano passado, o estudo apontou que a concessionária recebeu, em média, cerca de R$ 2,5 milhões, transportando 660 mil passageiros.

    Estatal garante lucro às concessionárias - Enquanto que o Metrô estatal, embora tenha transportado em média 2,6 milhões de pessoas, recebeu R$ 5,3 milhões por conta da tarifa de R$ 2,07. O montante indica que a ViaQuatro transportou quatro meses menos, mas recebeu praticamente a metade do valor que o Metrô deveria receber. Além disso, o contrato de concessão também garante prioridade da ViaQuatro no recebimento dos valores que saem de uma conta chamada de Compensação. A segunda prioridade é da ViaMobilidade, também da CCR, que administra a Linha 5- Lilás do Metrô, a Linha 17-Ouro do monotrilho e as Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda dos trens. A CPTM e o Metrô são os últimos a receberem os valores.

    Os metroviários estão em greve contra as privatizações estudadas pelo governo de Tarcísio. Em pronunciamento na manhã desta terça-feira, o governador contestou a greve e afirmou: "quais são as [linhas de metrô e trem] que estão em funcionamento hoje? As que foram transferidas para a iniciativa privada. Essas linhas não estão deixando o cidadão na mão". Horas após a declaração de Tarcísio, a Linha 9 - Esmeralda, operada pela empresa Via Mobilidade, sofreu uma falha em seu sistema elétrico e está paralisada desde as 14h entre as estações Morumbi e Osasco, informa o portal UOL.

    A presidente do sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, criticou a proposta de privatização do metrô paulista. Em entrevista à TV 247 sobre a paralisação, Camila Lisboa destacou que a eventual privatização do Metrô de São Paulo vai encarecer os serviços e prejudicar os direitos dos trabalhadores. "As privatizações resultaram em crises, falhas, trens andando com portas abertas e descarrilamentos. Questionamos o projeto de privatização do governador, porque gera muito mais ineficiência nos serviços", afirmou. >>> Sucesso das greves em São Paulo mostra a força dos sindicatos

    Em reação aos grevistas, Tarcísio de Freitas intensificou seu compromisso com a privatização da Sabesp e outras empresas estaduais após enfrentar pressões decorrentes de uma greve coordenada pelos funcionários da empresa de saneamento, do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Poucas horas após o início da paralisação na manhã de terça-feira, Tarcísio fez um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes em que elevou o tom contra os sindicatos e categorizou a paralisação como "ilegal e abusiva", argumentando que isso reforça a necessidade de considerar as privatizações. >>> Deputados de São Paulo repudiam tentativa de Tarcísio de criminalizar greve no Metrô, CPTM e Sabesp

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