Manifestantes presos em ato do Passe Livre são liberados após pagamento de fiança em SP
Parlamentares e representantes de sindicatos se juntarem para arrecadar o dinheiro
Por Brasil de Fato | São Paulo (SP) - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou o pagamento de uma fiança de R$ 1 mil para cada uma das cinco pessoas detidas durante o ato do Movimento Passe Livre (MPL), no centro da cidade de São Paulo, no fim da tarde desta quinta-feira (18).
O pagamento foi feito após sindicatos e parlamentares se juntarem para arrecadar o dinheiro. Participaram da arrecadação o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), a Bancada Feminista da Assembleia Legislativa de São Paulo e a Unidade Popular.
Segundo a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, seis adultos foram presos e um menor de idade foi apreendido. Durante a madrugada, duas pessoas foram liberadas.
Outras cinco ficaram aguardando audiência de custódia. Eles estavam com tesoura, faca e fogos de artifício quando presos e foram indiciados por associação criminosa e tentativa de abolir Estado de Direito. Os acusados responderão em liberdade.
O juiz Fabio Pando de Matos, do Fórum Criminal da Barra Funda, também determinou o cumprimento de algumas medidas cautelares: o comparecimento trimestral ao fórum, a manutenção do endereço atualizado e a impossibilidade de se ausentar da cidade por mais de oito dias sem autorização prévia.
As prisões
Na manifestação, estavam presentes a Tropa de Choque, a Força Tática e o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar de São Paulo. Mesmo antes do início do ato, policiais efetivaram prisões dentro da estação República do Metrô. Um jovem detido chegou a ser agredido por agentes do Beap, que utilizavam balaclava, impossibilitando a identificação dos responsáveis pela agressão.
Além das prisões, a polícia recusou o trajeto que foi proposto pelo MPL, o que provocou um atraso de cerca de uma hora no início do ato. Os manifestantes pretendiam sair da Praça da República e seguir sentido à Avenida Paulista. Mas a polícia ofereceu a proposta, aceita pelo movimento, de seguir até a estação de metrô Mackenzie, na rua da Consolação.
Em nota enviada à Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado de São Paulo informou que assegura "o direito à livre expressão e manifestação, bem como resguardando a integridade de manifestantes e demais cidadãos. A PM permanece em prontidão para eventuais situações que demandem intervenção". A pasta não informou quantas apreensões e prisões foram registradas.
Os manifestantes criticam o aumento do preço da passagem de trens e metrôs e a privatização de linhas do sistema de transporte estadual. A tarifa do transporte de metrô e trem, sob responsabilidade do governo estadual, subiu de R$ 4,40 para R$ 5 desde 1º de janeiro. O valor do bilhete nos ônibus na capital paulista, administrados pela prefeitura, não teve acréscimo.
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