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    Marcia Tiburi lembra a posse de senadores e critica Damares: 'tragédia política irreversível'

    "Nos resta esperar a justiça humana que há de responsabilizar os culpados", disse a estudiosa, que lamentou o genocíodio contra os ianomâmis

    Senadora Damares Alves (círculo) e a filósofa Marcia Tiburi (Foto: ABR | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
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    247 - A filósofa Marcia Tiburi criticou a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), que nesta quarta-feira (1) é empossada no cargo e vem causando indignação de uma parte da sociedade em consequência dos problemas de saúde dos ianomâmis na Amazônia. Damares era ministra dos Direitos Humanos no governo Jair Bolsonaro (PL) e negou ajuda aos índios durante a pandemia. No mês passado, eles foram encontrados com desnutrição grave, malária e outras doenças no estado de Roraima. Os ianomâmis foram a maior reserva indígena do Brasil, com cerca de 30 mil nativos. 

    "Damares Alves vai assumir como senadora. Trata-se de uma tragédia política irreversível. Tão irreversível quanto a matança do povo Yanomami, principalmente as crianças que foram alvo de um projeto genocida. Nos resta esperar a justiça humana que há de responsabilizar os culpados", escreveu Marcia no Twitter. 

    De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, comandado atualmente por Sônia Guajajara, 99 crianças do povo Yanomami morreram em 2022 por conta do garimpo ilegal na região. A pasta estima que ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome nos últimos anos.

    Deputados do PT fizeram uma denúncia contra Damares no Ministério Público Federal (MPF) por genocídio contrs os ianomâmis. No último dia 26, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) representação pedindo a abertura de inquérito para investigar omissões do governo Bolsonaro para ajidar os índios.

    O Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade, decretou emergência de saúde pública em janeiro. Pelo menos outros quatro ministérios estão envolvidos na força-tarefa para ajudar os indígenas - Desenvolvimento e Assistência Social (Wellington Dias); Povos Indígenas (Sônia Guajajara), Direitos Humanos (Silvio Luiz de Almeida), e o da Justiça e Segurança Pública (Flávio Dino).

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