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    Mesmo com proibição de operações pelo STF, polícia do Rio matou 766 em favelas durante a pandemia

    Levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que 766 pessoas foram mortas em ações da polícia desde junho do ano passado, quando o ministro do STF Edson Fachin determinou a restrição de operações policiais nas comunidades e favelas fluminenses

    (Foto: FOTO: Vítor Silva)

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    247 - Um levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado apontou que desde junho do ano passado, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin restringiu as operações policiais em comunidades e favelas do Rio de Janeiro até o final da pandemia de Covid-19, 766 pessoas foram mortas em ações da polícia nesses locais. 

    De acordo com reportagem do UOL, a operação do último final de semana, que resultou em uma chacina no Complexo do Salgueiro, deverá acelerar o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que tramita na Corte. 

    O estudo do Instituto Fogo Cruzado indicou que a  limitação das operações policiais reduziu os números de mortos e feridos nas comunidades. “No período, os tiroteios nessas operações despencaram 38%, os mortos diminuíram 35%, enquanto os feridos por arma de fogo foram 33% menores”, destaca a reportagem. Apesar da queda, entre junho do ano passado e outubro de 2021, durante o período de vigência da ADPF, foram registradas 766 mortes durante ações da polícia em favelas fluminenses. 

    "Os primeiros meses tiveram queda drástica nesses números", diz Couto. "A partir de outubro começa um aumento flutuante e, desde janeiro, tem um cenário como uma afronta à ADPF: uma retomada dos indicadores de violência armada que remontam a patamares anteriores a ela”, avaliou a socióloga Maria Isabel Couto, diretora de programas do Instituto Fogo Cruzado. Em outubro de 2020, 86 pessoas morreram em ações policiais. 

    Ainda conforme reportagem, apesar do ministro Fachin ter determinado que as operações realizadas em caráter excepcional necessitassem ser "devidamente justificadas por escrito (...) com a comunicação imediata ao Ministério Público", cerca de 46% das ações efetivadas não foram informadas entre junho e novembro de 2020, de acordo com dados  do Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense ( Geni-UFF). 

    A pesquisa identificou um total de 494 ações do gênero, mas apenas 268 foram devidamente informadas ao Ministério Público. 

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