Minas: MPF vai investigar causas do desmoronamento em Ouro Preto
Nesta quinta, ocorreu um deslizamento no Morro da Forca causando desabamento de imóveis históricos em Ouro Preto, Minas Gerais
247 - O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo nesta quinta-feira, 13, para investigar as causas do desabamento de imóveis históricos em Ouro Preto, Minas Gerais. O órgão informou que vai apurar as circunstâncias do desabamento da encosta e pediu informações aos órgãos responsáveis.
Um dos casarões destruídos é o Solar Baeta Neves, a primeira construção de estilo neocolonial do município que datava do final do século XIX e que compunha o conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade. O conjunto arquitetônico de Ouro Preto foi declarado patrimônio mundial pela Unesco em 1980.
Nesta quinta, ocorreu um deslizamento no Morro da Forca, localizado no centro da cidade, que causou o desastre.
O MPF solicitou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio de ofício, que o órgão apresente informações sobre a extensão dos danos culturais e também a indicação de outros imóveis em situação de risco, e ainda pediu esclarecimento sobre as medidas a serem tomadas para preservação do patrimônio histórico.
O Ministério Público também pediu informações à Prefeitura de Ouro Preto para saber se há risco de novos deslizamentos que possam atingir outros imóveis e quais providências o município irá tomar.
Segundo o Iphan, será necessário aguardar a limpeza da área e os riscos de outros deslizamentos para uma avaliação sobre a reconstrução do Solar.
O desastre que afeta a memória histórica e cultural do Brasil podia ser previsto. Em 2012, o governo de Minas Gerais captou recursos federais para obras de contenção de encostas em Ouro Preto, mas os projetos ficaram parados.
Solar Baeta Neves
A primeira construção de estilo neocolonial do município, Solar Baeta Neves, que datava do final do século XIX, foi construído por uma tradicional família de comerciantes às margens do Córrego Funil, próximo à Estação Ferroviária, local de maior desenvolvimento local antes da transferência da capital para Belo Horizonte.
Ainda conforme a reportagem, o terreno em que o casarão foi edificado teria sido adquirido em 1890 pela família Baeta Neves e construído nos dois anos seguintes. O imóvel possuía casa tinha pisos em marchetaria e o teto em madeira era totalmente feito à mão.
O Solar Baeta Neves foi um dos imóveis restaurados pelo Programa Monumenta, do Iphan em parceria com a Prefeitura de Ouro Preto. O projeto de restauro contou com investimentos de R$ 373,5 mil e foi entregue em 2010. Em 2012, o local foi interditado por causa de outro deslizamento de terra nas imediações de onde foi construído.
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