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Na véspera da campanha eleitoral, Uerj contratou e pagou R$ 2 milhões a aliados do PL e a assessor de Carlos Bolsonaro

Os dados constam em folhas de pagamento secretas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), vinculada ao governo Cláudio Castro (PL)

Carlos Bolsonaro (Foto: Câmara Municipal do Rio de Janeiro)

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247 - A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) fez pagamentos de pelo menos R$ 2,4 milhões a aliados dos líderes do partido de Jair Bolsonaro, o PL, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, e a um dos principais assessores de Carlos Bolsonaro (Republicanos) na Câmara Municipal do Rio. Essas contratações em projetos de pesquisa com folhas de pagamento secretas ocorreram principalmente antes da campanha eleitoral de 2022.

O UOL identificou que nas folhas de pagamento não transparentes dos projetos da Uerj, há pelo menos 20 aliados de Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara. Entre esses aliados, estão um vendedor de churrasquinho e uma pessoa acusada de praticar "rachadinha", ambos fizeram campanha para Côrtes. Ele foi o quinto deputado mais votado do Rio de Janeiro em 2022, com 167.512 votos, e tem sido um defensor ativo de Bolsonaro durante as recentes investigações.

Carlos Portinho, líder do PL no Senado, teve sua mãe e um assessor de gabinete empregados pela universidade. Ele era suplente e assumiu o mandato em 2020 após a morte de Arolde de Oliveira.

Rogério Cupti de Medeiros Júnior, assessor do vereador Carlos Bolsonaro desde 2021, e sua tia também apareceram nas planilhas de pagamento secretas da Uerj. Cupti desenvolveu o aplicativo Bolsonaro TV, que reúne postagens do ex-mandatário.

Rogério Cupti é considerado um dos principais assessores de Carlos Bolsonaro, recebendo um salário de R$ 14 mil. Ele já atuou como advogado do vereador em ações judiciais. Em um dos debates da TV Globo no ano passado, ele acompanhou Jair Bolsonaro e Carlos, conforme reportagem do jornal O Globo.

Entre julho e novembro de 2022, Rogério Cupti recebeu um total bruto de R$ 87,4 mil da Uerj, sendo a maior parte dos meses no valor de R$ 13 mil, provenientes de um projeto de educação profissional. No mesmo período e programa, sua tia Márcia Toffano Mattos recebeu R$ 91 mil. Quando questionado por telefone, Cupti se recusou a comentar sobre o serviço que ele e sua tia prestaram, alegando que essa questão deveria ser esclarecida pela "gestão da Uerj".

O UOL entrou em contato com Carlos Bolsonaro por meio do e-mail de seu gabinete, questionando sobre possível influência na contratação de Cupti pela Uerj. A resposta veio do próprio assessor via WhatsApp, alegando que seu chefe não tem envolvimento com seu trabalho fora do gabinete e que nenhum trabalho interfere em suas responsabilidades no gabinete. Ele também mencionou que a bolsa recebida está declarada em seu Imposto de Renda e ofereceu mostrar seu extrato bancário, caso fosse necessário.

As contratações ocorreram próximo às eleições, utilizando recursos provenientes do estado do Rio de Janeiro e do governo Cláudio Castro.

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