Penha pode ter prédios de 12 andares; isso é bom?

Marco Damiani_247 – Está sobre a mesa do prefeito Eduardo Paes, para sanção ou veto, a Proposta de Estruturação Urbana (PEU) da Penha. Aprovada pelos vereadores, a lei pode alterar radicalmente, como temem urbanistas, o perfil do bairro, um dos mais tradicionais da Zona Norte do Rio. Ela permite a construção de edifícios de até 12 pavimentos, mais três andares de garagens, na Penha e no vizinho Brás de Pina. “A legislação vai provocar uma imediata inflação de preços no mercado imobiliário local, o que tende a empurrar os tradicionais moradores para áreas mais distantes”, acredita a vereadora Sônia Rabello, do PV, opositora da PEU. “Além disso, os novos prédios irão acabar com a vista que o bairro tem para a Igreja da Penha, tombada pelo patrimônio histórico da União, o que inclui a garantia da sua visibilidade”. Como alternativa, Sônia propõe a construção de edifícios com não mais de quatro andares, integrados ao perfil do bairro, de menores custo construtivo e impacto urbanístico.

Já circula pela região publicidade de um grande empreendimento imobiliário, com mais de 200 apartamentos, a ser construído no terreno do antigo Cortume Carioca, no coração da Penha. Isso antes mesmo de a legislação ser sancionada – ou vetada – por Paes. Os opositores da PEU alegam que a nova lei não contém salvaguardas urbanas para a construção no bairro, de perfil horizontal, de edifícios como esse. Alargamento de ruas e ampliação da infraestrutura de redes de energia e saneamento não fazem parte da proposta. “O impacto urbano será fortemente negativo”, diz a vereadora Sônia, professora de Direito Administrativo da UERJ e professora convidada do Instituto Lincoln Center, nos Estados Unidos.

Rio 247 foi à Penha para mostrar o que está em jogo nesta possível reestruturação urbana. Acompanhe a reportagem em vídeo e, abaixo, leia a íntegra da polêmica PEU da Penha: