PSoL leva Bolsonaro a conselho de ética por soco
Deputado ex-militar usou o braço direito para dar um soco no senador Randolfe Rodrigues (PSoL-AP), na altura da cintura; Jair Bolsonaro apareceu de surpresa no quartel do 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio, nesta segunda-feira 23, para tumultuar visita da Comissão da Verdade; "Foi um toquezinho", disse ele sobre o soco que pode lhe custar o mandato; "Fui claramente agredido", adiantou o senador; partido dele anunciou entrada com representação no Conselho de Ética por quebra de decoro e agressão a um senador; aceitação vai significar início do processo de cassação do parlamentar que não se acostuma á democracia
247 - O presidente do PSoL, Ivan Valente, anunciou na tarde desta segunda-feira 23 que o partido irá entrar com representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Se for aceita, a representação poderá levar à abertura do processo de cassação de Bolsonaro. Na parte da manhã, ele tumultuou visita da Comissão da Verdade do Estado ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, e deu um soco no senador Randolfe Rodrigues (PSoL-AP), na altura da costela. No período da ditadura militar, o quartel funcionou como um centro de torturas do DOI-Codi.
Sem fazer parte da Comissão ou ter sido convidado para a visita, Bolsonaro apareceu para, na prática, impedir a visita. Logo á entrada, ele discutiu com o senador Rodrigues e, diante de jornalistas, deu um soco com o braço direito na altura da cintura do adversário político. "Foi só um toquinho", disse o paramentar, ex-militar do Exército. "Não vou levar isso adiante", afirmou o senador agredido.
O PSoL, no entanto, considerou o episódio grave, e não quer perder a oportunidade de questionar duramente o comportamento de Bolsonaro, um político que insiste em não aceitar as regras de civilidade do regime democrático.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a São Paulo:
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A visita da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na zona norte da cidade, começou com tumulto. O motivo foi a chegada do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que é militar da reserva do Exército e não faz parte da comissão nem estava na lista dos integrantes da visita.
A confusão começou quando Bolsonaro forçou a passagem, no portão do quartel, e chegou a dar um soco na barriga do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que tentava impedir a entrada do deputado federal. Representantes de movimentos como o Tortura Nunca Mais e o Levante Popular da Juventude exigiam, aos gritos, a saída de Bolsonaro, que conseguiu entrar.
A comitiva, no entanto, recusou-se a fazer a visita na presença de Bolsonaro. O parlamentar continua dentro do quartel mas não acompanha a comitiva. Dezenas de pessoas esperam em frente ao batalhão o resultado da visita da comissão. No prédio, onde hoje está o Batalhão de Polícia do Exército, abrigava o Destacamento de Operações de Informações-Centro de Defesa Interna (DOI-Codi) e foi local de tortura e prisões arbitrárias durante a ditadura militar (1964 a 1985).
Além de Randolfe Rodrigues, acompanham a visita da comissão o senador João Capiberibe (PSB-AP), que foi torturado nas dependências do batalhão durante a ditadura, e as deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP).
Edição: Talita Cavalcante
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