Ronnie Lessa afirma que delegacia tentou incriminar o ex-marido de Marielle
Segundo o réu, o intuito de desviar as investigações dos verdadeiros mandantes
247 – O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (28). Durante o depoimento, Lessa afirmou acreditar que houve uma tentativa de incriminar o ex-marido da vereadora, Eduardo Alves, fazendo parecer que o crime teria sido motivado por razões passionais, o que desviaria as investigações dos verdadeiros mandantes.
"Nós fomos sacaneados nisso. Falaram para gente que ela morava lá, mas ela não morava mais lá. Aí a gente faz uma matemática muito simples: iam culpar o ex-marido, um crime passional. Eu não estaria preso, muito menos os mandantes", afirmou.
Segundo o réu, havia uma insistência para que a vereadora fosse morta no endereço onde havia morado com Eduardo Alves, Zona Norte do Rio. Lessa também mencionou que a prática de "incriminar inocentes" era comum na Delegacia de Homicídios sob a liderança do delegado Rivaldo Barbosa.
"Marielle não morava lá, então, o que ele [Rivaldo] estava esperando era a oportunidade perfeita para embuchar (incriminar) o cara certo, que seria o ex-marido dela. Porque, se ela sai da casa dele ali e morre, quem matou foi o ex-marido, pô! Então, você incrimina só um cara”, disse.
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