Saiba quem são as vítimas do avião que caiu em São Paulo
O acidente ocorreu durante uma tempestade, e as investigações iniciais sugerem que o mau tempo pode ter sido um fator decisivo
247 - A queda de um avião de pequeno porte em Santa Branca, cidade na região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, deixou cinco vítimas na última quarta-feira (23). A aeronave pertencia à empresa de táxi aéreo Abaeté Aviação, com sede em Salvador, e estava em situação regular para operação, segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A empresa confirmou que todos os ocupantes eram funcionários, retornando de um serviço realizado em Florianópolis, Santa Catarina. O acidente ocorreu durante uma tempestade, e as investigações iniciais sugerem que o mau tempo pode ter sido um fator decisivo. As informações são do portal G1.
A aeronave, modelo Embraer-121 Xingu, decolou às 16h51 com destino a Belo Horizonte, onde faria uma parada para abastecimento antes de seguir para Salvador. Porém, desapareceu dos radares às 18h39 e foi encontrada horas depois por equipes de resgate, que localizaram os destroços em uma área de mata. "No começo da noite entrou no nosso centro de operações um chamado de queda de aeronave. Imediatamente as equipes de Paraibuna e São José dos Campos se deslocaram até o local para executar o salvamento", afirmou o Major Paulo Reis, comandante do Corpo de Bombeiros da região do Vale do Paraíba.
Investigações preliminares
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado para investigar as causas do acidente. A caixa-preta da aeronave foi recuperada e será essencial para esclarecer os eventos nos minutos finais do voo. Por se tratar de um modelo mais antigo, o dispositivo armazenava apenas gravações de voz, o que incluirá diálogos entre o piloto e o copiloto, mas não dados técnicos como velocidade e altitude. De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, o piloto chegou a pedir para alterar a rota devido às condições climáticas adversas na região.
As vítimas
A tragédia vitimou cinco profissionais da área de saúde e aviação, todos moradores de Salvador. O comandante da aeronave, Jefferson Rodrigues Ferreira, de 13 anos de experiência e mais de 5 mil horas de voo, era natural de Guanambi, no sudoeste da Bahia. Ele deixou esposa, mas não tinha filhos. A médica Sylvia Rausch Barreto, também a bordo, era natural de Pedra Azul, Minas Gerais, e se formou em medicina na Bahia. Em conversa com o G1, o biomédico e amigo Marcus Vinícius Barreto lamentou a perda da colega, com quem tinha uma forte amizade. "A gente se considerava muito. Tem gente que diz que não existe amizade entre homem e mulher, mas a gente tinha essa amizade e ela era como uma irmã para mim", disse emocionado. Ele completou: "É difícil entender os planos de Deus. Ontem estava animado assistindo o jogo do meu time e hoje acordei com a mensagem do falecimento dela no grupo de WhatsApp do pessoal da escola".
Outras vítimas incluem o copiloto Dulcival da Conceição Santos, natural de Simão Dias, Sergipe, que iniciou sua carreira na aviação em Salvador, e o mecânico Joseilton Borges, com 17 anos de experiência na área. Joseilton era casado e pai de duas filhas. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - Sessão Bahia (CTB Bahia) lamentou sua morte em nota: "Seguimos na luta que ele ajudou a construir. Toda nossa solidariedade e força aos familiares e amigos". Completa a lista de vítimas o enfermeiro Erisson Silva da Conceição Cerqueira, de 34 anos, que trabalhava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, em Salvador. Em nota, a unidade destacou o profissionalismo e dedicação de Erisson: "Erisson será lembrado por sua dedicação, profissionalismo e pelo cuidado com os pacientes, deixando um legado de empatia, compromisso e excelência no cuidado à saúde".
Causas do acidente ainda são investigadas
Moradores próximos ao local relataram ter ouvido um ruído característico de falha no motor, seguido de um estrondo de explosão. Segundo o Corpo de Bombeiros, chovia intensamente no momento do acidente, o que pode ter contribuído para a tragédia. A Defesa Civil do Estado relatou que a cidade de Santa Branca registrou cerca de 40 milímetros de chuva em seis horas naquela tarde.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que os investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV) já iniciaram os procedimentos para determinar as causas do acidente. "A investigação ainda está em fase inicial", afirmou a FAB em nota oficial.
Enquanto as famílias e amigos das vítimas enfrentam a dor da perda, a empresa Abaeté Aviação declarou estar oferecendo todo o suporte necessário aos envolvidos. "Estamos acolhendo as famílias e oferecendo todo o suporte necessário nesse momento de dor", destacou a nota da empresa.
A comunidade baiana, sensibilizada, lamenta a tragédia e espera por respostas que possam esclarecer as circunstâncias deste acidente que interrompeu a vida de cinco profissionais dedicados.
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