Secretária do médico usado por Marçal em 'falso atestado' contra Boulos desmente documento: "aquela assinatura não é dele"
Ex-funcionária de José Roberto de Souza ainda confirma que o médico nunca trabalhou na clínica Mais Consultas, citada no laudo
247 - Uma ex-funcionária de José Roberto de Souza, médico responsável pelo documento usado por Pablo Marçal (PRTB) para sustentar acusações falsas contra Guilherme Boulos (Psol), afirmou ao jornal O Globo que não reconhece a assinatura presente no documento. Segundo a ex-secretária, que trabalhou por 31 anos com o médico, a assinatura que aparece no laudo compartilhado por Marçal não corresponde ao padrão adotado por José Roberto, que faleceu em 2022. A funcionária forneceu à reportagem um certificado de um curso, emitido pelo Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC), com a assinatura do médico. A comparação entre os documentos deixa clara a falsificação.
"Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: 'faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar'. Quando vi aquela assinatura (no laudo), isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele", declarou a ex-funcionária, Iolanda Rodrigues. Segundo ela, o médico nunca teve vínculo com a clínica Mais Consultas, citada no laudo, e nunca emitiu qualquer documento envolvendo Boulos.
O documento divulgado por Marçal detalhava uma suposta internação psiquiátrica de Boulos em 2021, com falsos resultados positivos para o uso de cocaína. Desde o início da campanha, Marçal tem usado suas redes sociais para insinuar, sem provas, que o candidato do Psol seria usuário de drogas. No entanto, Boulos foi categórico ao afirmar que o documento é falso e anunciou que pedirá a prisão de Marçal.
A clínica Mais Consultas, envolvida na polêmica, pertence a Luiz Teixeira da Silva Júnior, biomédico que tem uma relação próxima com Marçal. Em seu perfil nas redes sociais, Teixeira havia publicado fotos e vídeos ao lado do ex-coach, registros que foram apagados logo após a repercussão negativa do caso. O biomédico já foi condenado em 2021 pela Justiça Federal de Porto Alegre por tentativa de usar documentos falsos para obter o registro profissional de médico.
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