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    "Tarcísio deu um tiro no pé. A sociedade viu as falhas das linhas privatizadas", diz Emídio de Souza

    Em entrevista à TV 247, o parlamentar acusou o governador de São Paulo de mentir sobre os processos de privatizações de estatais

    Metrô-SP e Emídio de Souza (Foto: Agência Brasil | Alesp)

    247 - O deputado estadual Emídio de Souza (PT) criticou o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira (3) por causa da greve feita por metroviários em protesto contra planos de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). De acordo com o parlamentar, o chefe do Executivo paulista "deu um tiro no pé". "A sociedade viu as falhas das linhas privatizadas", afirmou o petista em entrevista ao programa Boa Noite 247.

    "(Tarcísio) tentou jogar a população contra grevistas. Está inventando, se comportando como um caixeiro viajante. A privatização da Sabesp é contra a lógica de gestão pública. Isso não está no programa de governo dele. A desculpa é que a empresa não dá lucro. A Sabesp é lucrativa. O Estado não põe um centavo na Sabesp há mais de 30 anos. Ele vai ter de recuar da privatização da Sabesp", afirmou. 

    "A Constituição do Estado de São Paulo prevê que o serviço de saneamento é público. Para autorizar a privatização, seriam necessários 57 votos dos 94. É muito difícil atingir isso, mas com o poder de dinheiro da máquina, ele pode conseguir. Vamos travar uma luta no campo jurídico para impedir a venda deste patrimônio", complementou.

    O petista lembrou que representantes do governo de São Paulo contrataram o International Finance Corporation (IFC), uma consultoria ligada ao Banco Mundial, para fazer o estudo de privatizações da Sabesp e das linhas de trem. "O estudo dele é a coisa mais patética do mundo", continuou Souza. Pelo contrato, o Estado paulista vai pagar R$ 71 milhões à instituição após um contrato sem licitação.

    Na entrevista, o deputado comparou Tarcísio a Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o parlamentar, a população tinha desconhecimento sobre os dois políticos. "Estamos diante de um governador que São Paulo não conhecia, exatamente como Bolsonaro, que levou o País a um desastre". 

    As linhas do Metrô de São Paulo estão sob o comando de bancos e grandes grupos econômicos. O Grupo CCR, que opera as linhas 4 (Amarela), por meio da empresa ViaQuatro, e 5 (Lilás), tem na sua composição acionária o empresário Soares Penido, o conglomerado Mover Participações, e o banco Itaúsa, além de outras duas instituições. A Via Mobilidade, que opera as linhas 5, 8 (Diamante) e 9 (Esmeralda), tem na sua composição o grupo CCR e o grupo Ruas Invest, da área de infraestrutura e transporte.

    O Tribunal do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) aumentou o valor das multas aplicadas a sindicatos de trabalhadores da CPTM que descumprirem a liminar da última sexta-feira (28). O valor inicial de R$ 500 mil, que deveria ser suportado conjuntamente pelos três sindicatos envolvidos na greve, foi individualizado. Será de R$ 500 mil para cada sindicato. 

    O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) destacou as iniciativas de trabalhadores para as negociações com representantes de classes patronais. O parlamentar criticou o governador Tarcísio de Freitas. Nas redes, internautas demonstraram apoio à greve de metroviários contra o que chamaram de "privataria bolsotucana".

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