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    Conheça as provas e os detalhes do caso de estupro contra Mariana Ferrer por André Aranha

    A ativista feminista e professora de Santa Catarina Elenira Vilela traz detalhes da investigação que apontou André de Camargo Aranha como o responsável pelo crime de estupro em Florianópolis em 2018. Assista na TV 247

    Julgamento de Mariana Ferrer termina com sentença de “estupro cultposo” e revolta internautas (Foto: Reprodução)

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    247 - A investigação do caso de estupro contra Mariana Ferrer ocorrido em Florianópolis (SC) em 2018 reúne áudios, vídeos e material genético confirmando que o autor do crime é o empresário André de Camargo Aranha e que a jovem, então com 21 anos, estava desorientada naquela noite, o que agrava a acusação, para “estupro de vulnerável”.

    Os detalhes sobre o caso, desde o início da acusação e da investigação, foram trazidos pela ativista feminista e professora de Santa Catarina Elenira Vilela em participação no programa Giro das 11, da TV 247, na manhã desta quarta-feira (4). O caso já provocava comoção na cidade há tempos, ganhou repercussão entre feministas nas redes sociais e, nesta terça, tomou proporção ainda maior após reportagem do site The Intercept revelar cenas da audiência em que Mariana Ferrer participou com quatro homens e foi humilhada pelo advogado de defesa de André, Cláudio Gastão da Rosa Filho.

    Elenira lembrou até da noite do episódio em si, quando Mariana chegou em casa suja de sangue e de esperma e sua mãe decidiu levá-la à delegacia. A jovem dizia não se lembrar do que tinha acontecido. Mensagens de texto e de áudio em seu celular foram usadas como provas. Nelas, Mariana Ferrer pedia ajuda às amigas, dizia não saber onde estava e dava sinais claros de embriaguez. O motorista do aplicativo que levou Mariana para casa também confirma a versão.

    Mesmo assim, o juiz que assinou o exame toxicológico do caso afirmou que não havia elementos suficientes de que Mariana havia sido drogada naquela noite. Foi a polícia que chegou no nome de André de Camargo Aranha, que a princípio negou o crime e declarou não conhecer a moça. 

    Ele também se recusou a fornecer material genético para exames. Só com a comprovação de que o esperma era seu - a partir de material coletado pelo delegado em um copo usado por ele - foi que André mudou sua versão sobre o caso, passando a alegar que houve “consentimento” por parte de Mariana.

    No mesmo programa na TV 247, a jurista Liana Cirne Lins lembrou que a substância alucinógena chamada “boa noite cinderela” é conhecida como a “droga do estupro”, por deixar a pessoa desorientada e ter uma característica que faz com que ela não seja identificada em exames toxicológicos.
    Na noite desta terça, o Ministério Público de Santa Catarina tentou minimizar o caso ao divulgar uma nota afirmando não ter utilizado a expressão “estupro culposo” em suas alegações finais sobre o caso. O termo foi amplamente repercutido após ter sido publicado na reportagem do Intercept, que depois esclareceu ter apenas tentado explicar o que alega o MP no processo, uma vez que o pedido para que Aranha seja inocentado é fundamentado na falta de provas sobre eventual dolo em sua conduta.

    “Eles alegam falta de provas do dolo. E aí vamos ao ‘estupro culposo’. Realmente não está escrito isso em nenhum lugar, porque os caras são canalhas, mas não são idiotas. Agora o fato é que ele [promotor, Thiago Carriço de Oliveira] diz que é possível que o cara [André] tenha estuprado sem perceber que estava estuprando porque ela [Mariana] não resistiu. E ele não teria capacidade de avaliar que ela estava sem condições de resistir. É isso que está escrito. Aí a gente pergunta assim: mas é sobre consentimento ou sobre ter capacidade de resistir? Porque não é sobre não dizer não, é sobre dizer sim. Só é consentimento se a mulher concordar claramente”, afirmou Elenira Vilela.

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