Federalização do Porto de Itajaí é a melhor solução para desenvolvimento da cidade, defende dirigente do PT
Governo federal avalia retomar administração do Porto de Itajaí para impulsionar desenvolvimento e evitar privatização total
247 - A federalização do Porto de Itajaí é vista como a alternativa mais eficaz para garantir o desenvolvimento econômico da cidade, segundo Gerd Klotz, presidente do PT em Itajaí. Ele argumenta que a medida é crucial para integrar o porto às estratégias nacionais de crescimento e evitar sua total privatização, uma possibilidade que, segundo ele, colocaria os interesses de grupos econômicos acima das necessidades locais.
Klotz destaca que o porto, o segundo maior do Brasil em movimentação de contêineres, já passou por um período crítico de estagnação durante o governo Bolsonaro, mas teve suas operações retomadas no governo atual. Ele reforça que a federalização pode impulsionar as exportações agroindustriais, fortalecer as relações comerciais do Brasil com parceiros internacionais como a União Europeia e os BRICs, além de gerar emprego, renda e novas oportunidades para os trabalhadores e empreendedores de Itajaí. "A operação portuária de carga e descarga já é privatizada. Diante disso, ou federalizamos a administração do porto, ou ele corre o risco de ser completamente privatizado, ficando nas mãos de grupos que não têm compromisso com a cidade, apenas com seus lucros", afirmou.
A federalização também é apontada como a única forma de garantir os altos investimentos necessários para modernizar a infraestrutura do porto. De acordo com Klotz, a prefeitura depende dos recursos federais para realizar melhorias na estrutura, algo que o presidente Lula já demonstrou estar disposto a fazer. Ele lembra que o presidente esteve em Itajaí recentemente para inaugurar berços reconstruídos após enchentes, evidenciando o compromisso do governo federal com o porto.
Federalização está na agenda do governo Lula
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou, no último dia 5, que a proposta de federalização está sendo finalizada e será apresentada ao presidente Lula para uma decisão conjunta. "Estamos discutindo dentro do governo uma possibilidade real de nacionalizar o Porto de Itajaí. Vamos dialogar com todas as autoridades para fazer a melhor construção, que leve o desenvolvimento não só para Itajaí, mas para toda a região e o estado de Santa Catarina", declarou o ministro.
Sobre as preocupações relacionadas ao impacto da federalização nos empregos locais, Klotz destacou que o tema está sendo tratado com atenção pelo governo federal. "Temos conversado com os representantes do sindicato da categoria e repassado essa preocupação. Acredito que haverá uma solução jurídica que contemple a manutenção desses empregos, seja na nova empresa pública que administrará o porto ou, ao menos, com parte dos funcionários sendo absorvidos pelo município", afirmou.
A decisão sobre o futuro do Porto de Itajaí deverá ser tomada em breve, considerando que o convênio entre a União e a prefeitura se encerra em 31 de dezembro deste ano. Para Klotz, a federalização é mais do que uma solução prática; é uma oportunidade de consolidar o porto como um pilar estratégico para o desenvolvimento econômico regional e nacional.
Segundo dados do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), entre janeiro e outubro de 2024, o Porto de Itajaí registrou um crescimento de 76 para 114 embarcações. A movimentação de cargas no complexo atingiu 11.535.599 toneladas. A movimentação financeira também registrou um incremento. Em outubro, a JBS/Seara assumiu o contrato de arrendamento provisório do Porto de Itajaí, investindo cerca de US$ 30 milhões na readequação. A JBS Terminais projeta movimentar cerca de 58 mil TEUs (uma unidade de medida exata usada para determinar a capacidade de carga de navios porta-contêineres e terminais) por mês, superando a meta mínima contratual de 44 mil TEUs.
Prefeito eleito, do PL, é contra federalização
O prefeito eleito de Itajaí, Robison Coelho, do PL, partido de Jair Bolsonaro, posicionou-se de forma contrária à proposta de federalização do porto da cidade, destacando que a medida representaria um retrocesso. Segundo Coelho, a proposta de federalização desconsidera os interesses econômicos e sociais de Itajaí, gerando preocupações com possíveis prejuízos à eficiência e à geração de empregos. “Estamos entregando a autoridade portuária para um concorrente. Quem garante que vão defender o que é melhor para nossa cidade?”, questionou. Ele também apontou a necessidade de maior diálogo entre o município e o governo federal para buscar soluções conjuntas, sugerindo a prorrogação temporária do atual modelo enquanto se constrói um consenso.
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