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    Inundação atinge Porto Alegre. Estado registra 39 mortos, 68 desaparecidos e 74 feridos

    Nível das águas do Guaíba ultrapassa a cheia histórica de 1941

    Inundação em Porto Alegre (Foto: Agência Brasil)

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    247 - O Guaíba atingiu, por volta das 21h desta sexta-feira (3), o maior nível de sua história ao chegar a 4,77 metros. Segundo a Defesa Civil municipal, essa medição realizada no Gasômetro ultrapassou a cheia histórica de 1941, que foi de 4,76 metros.

    No início da madrugada deste sábado (4), o valor máximo chegou a 4,79 metros na medição feita pela prefeitura no Cais Mauá e passou para 4,82 por volta de 1h da madrugada. Na medição feita no Gasômetro, o nível atingiu 4,88 metros nos primeiros minutos do dia. Antes do recorde, o nível registrado no início da noite era de 4,64 metros . A medição foi feita pela Prefeitura de Porto Alegre. A estação hidrometeorológica instalada no Cais Mauá chegou a apresentar problemas, impedindo a medição do nível da água.

    Por causa da cheia, uma das comportas do sistema de proteção contra cheias se rompeu com a força das águas. Mais cedo, a Defesa Civil emitiu alerta para inundação extrema na área, e pediu que a população evite todas regiões próximas ao Guaíba e locais de risco.

    A "orientação expressa" da Defesa Civil do Estado é foi para que "os moradores, comerciantes e trabalhadores de regiões próximas às ruas Siqueira Campos, Sete de Setembro, Rua dos Andradas (rua da Praia), avenida Júlio de Castilhos e arredores evacuem imediatamente essas áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Guaíba. Quem não tiver para onde ir, deve buscar informações junto à Defesa Civil de Porto Alegre sobre os abrigos públicos disponibilizados, rotas de fuga e pontos de segurança.

    Os temporais já deixaram 39 mortos, 68 desaparecidos e 74 feridos no estado. Reportagem do G1 aponta que a Defesa Civil constata que  32.248 pessoas estão fora de suas casas, sendo 8.168 em abrigos e 24.080 desalojadas, na casa de familiares ou amigos. Ao todo, 235 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 351.639 mil pessoas.

    Na quinta (2), o governador Eduardo Leite (PSDB) se referiu à tragédia como "o maior desastre climático" da história do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade, já reconhecido pelo governo federal. O governador agradeceu pelas providências anunciadas pelo presidente Lula, que visitou o estado com uma comitiva de ministros. 

    O presidente Lula (PT), que visitou Santa Maria (RS) nesta quinta-feira (2), garantiu que o governo federal prestará todo o apoio necessário ao governo do Rio Grande do Sul para, neste momento, auxiliar no resgate às vítimas das enchentes e, depois, na reconstrução das cidades e na mitigação dos danos causados pelas cheias. "Queria prestar minha solidariedade ao povo do estado do Rio Grande do Sul, que é um povo conhecido nacionalmente como um povo trabalhador e que possivelmente não precisava sofrer tanto em tão pouco tempo. Solidariedade aos familiares das pessoas que foram vítimas e que morreram por conta desse desastre extremo e aos familiares dos que estão desaparecidos, na esperança de que eles possam aparecer e de que todos estejam ainda com vida", iniciou o presidente, lembrando que o estado sofreu também com chuvas e secas em 2023. Ele fez um alerta: "é preciso que a gente comece a ficar preocupado em cuidar do planeta Terra com muito mais carinho e amor".

    As chuvas fortes que caem no Rio Grande do Sul desde o fim de semana devem persistir por mais dias e há previsão de mais chuva ao longo do mês.

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