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Reconstrução do Rio Grande do Sul demanda "muita responsabilidade", diz Lula

'A gente não pode reconstruir um pronto-socorro, uma escola, casas em um lugar vulnerável a enchente', alertou o presidente durante visita ao estado

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao bairro Passo de Estrela. Cruzeiro do Sul - RS (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - O presidente Lula (PT) viajou nesta quinta-feira (6) à região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, para mais uma vez prestar solidariedade aos gaúchos atingidos pelas recentes enchentes históricas que afetaram o estado. Ele também fará o anúncio de novas medidas de apoio financeiro à região.

Em rápida entrevista a jornalistas, o presidente afirmou que a reconstrução do estado gaúcho demanda "muita responsabilidade", para que as novas unidades de saúde, escolas e moradias sejam erguidas em locais seguros para a população. "Qual é o drama nosso? Nós queremos ajudar a reconstruir com muita responsabilidade. A gente não pode reconstruir um pronto-socorro em um lugar vulnerável a enchente. A gente não pode fazer escola em um lugar vulnerável a enchente. Eu já disse aqui para as pessoas: a gente não pode fazer as casas aqui nesse lugar. Está provado que este lugar era um lugar reservado para a água. Quando a natureza fez o mundo, esse lugar aqui era da água. Nós, humanos, ocupamos isso aqui, sem saber muitas coisas, e agora a natureza nos alertou. Então agora nós temos que procurar um lugar muito seguro para construir as casas dessas pessoas".

O presidente também voltou a destacar a necessidade de encurtar o caminho para que a ajuda chegue à população gaúcha. "Não tem ninguém no mundo que reclama mais da burocracia do que eu. Eu reclamo em fóruns internacionais, eu reclamo aqui dentro, porque é tudo muito difícil, tudo muito complicado, tudo tem um manual dizendo o que pode e o que não pode. Se acontece uma coisa fora que não estava no manual então não pode fazer. Então ainda essa semana eu fiz uma reunião em que participaram os superintendentes da Caixa e do Banco do Brasil aqui do Rio Grande do Sul, fazendo um apelo para eles que pelo amor de Deus, é importante que a gente leve em conta de que nós estamos tratando de um caso excepcional, que a gente não pode ficar olhando as vírgulas. Nós temos que dar respostas imediatas a este povo que precisa. Então estamos trabalhando muito, e temos (...) a burocracia porque nós temos leis, temos regulamentação e precisamos respeitar, porque se não tudo isso é desmontado".

O presidente ainda relatou um pouco do que ouviu das vítimas das enchentes: "estou em um lugar que era uma vila, um bairro, e a gente fica sabendo de histórias conversando com as pessoas que perderam suas casas, que eram casas que foram feitas com muito sacrifício. Levaram anos para fazer a casa. ninguém tinha noção de que a água pudesse vir com a violência… Me contaram a história do sr. Orlando, que fez a casa com dois pisos, e ele não quis sair da casa porque a casa dele era muito forte e ia resistir. E de repente a água leva a casa do sr. Orlando e leva a família dele. Então eu penso que a única coisa que eu posso dizer para o povo do Rio Grande do Sul, para as vítimas desta calamidade, é dizer que vocês não estão sozinhos. A gente vai estar junto, vai ajudar a reconstruir, vai ajudar a recuperar a dignidade do povo do Rio Grande do Sul. Isso nós temos que fazer em todos os lugares em que o povo for vítima de desastres climáticos como esse que aconteceu aqui".

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