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    Relator vota contra a cassação de Moro

    O desembargador Luciano Carrasco Falavinha disse que não foram apresentadas provas de abuso de poder e de uso indevido dos meios de comunicação

    Sergio Moro (à esq.) e Luciano Carrasco Falavinha (Foto: ABr | Reprodução)

    247 - O desembargador Luciano Carrasco Falavinha, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, votou contra a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), acusado de abuso de poder na eleição de 2022. 

    A ação contra Moro foi apresentada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e o PL. O ex-juiz declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal foi acusado de abuso de poder, que de acordo com os autores do processo judicial, foram cometidos pelo senador durante a campanha eleitoral de 2022.

    O parlamentar pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se for condenado. Se perder o mandato, o ex-juiz deve ficar inelegível até 2030 e uma outra eleição será realizada para definir o substituto dele no Senado.

    Em 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República. De acordo com a acusação, os concorrentes ao cargo de senador ficaram em desvantagem diante dos "altos investimentos financeiros" realizados antes de Moro deixar a sigla e decidir se candidatar ao Senado pelo União. 

    Conforme a acusação do Ministério Público Eleitoral (MPE), foram gastos aproximadamente R$ 2 milhões oriundos do Fundo Partidário com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. 

    Ao rejeitar a cassação, o desembargador não considerou os valores apontados como ilegais pelas partes do processo. Para o magistrado, os valores são divergentes e não é possível afirmar que foram excessivos. Segundo ele, os próprios partidos não apontaram os gastos de seus candidatos. 

    O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões. O Ministério Público concluiu que o valor chega a R$ 2 milhões. Para a defesa de Moro, foram gastos somente R$ 141 mil com o evento. 

    O relator só considerou gastos totais de R$ 59 mil com a realização de coletiva de imprensa, produção de vídeos e aluguel de carros para o lançamento da pré-campanha. 

    “Não há prova alguma, nem mesmo testemunhal, dando conta que desde o início o objetivo [de Moro] era se candidatar ao Senado. Faz parte do jogo político acertos e contatos visando determinadas candidaturas que resultam em outras candidaturas”, afirmou. 

    Falavinha também acrescentou que Moro já era conhecido em todo o país e não teria como ter mais projeção pela pré-campanha. "Esses indicativos mostram a grande exposição midiática do investigado. A adoção da tese de simples soma das despesas para apurar abuso abre via perigosa para o arbítrio", completou. 

    Defesa

    Durante a sessão, a defesa de Moro defendeu a manutenção do mandato e negou irregularidades na pré-campanha. O advogado Gustavo Guedes afirmou que Moro não se elegeu no Paraná pela suposta pré-campanha “mais robusta”, conforme acusaram as legendas.  

    * Com informações da Agência Brasil

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